São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
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Argentinos temem produtos do Brasil

LÉO GERCHMANN
DE BUENOS AIRES

Os industriais argentinos querem que o país aumente ainda mais as suas tarifas externas. A preocupação é inibir as exportações, especialmente as brasileiras, que poderiam, segundo eles, prejudicar o mercado interno.
A UIA (União Industrial Argentina) teme que o Brasil exporte seus excedentes de forma agressiva e prejudique a produção do país.
O temor da entidade aumentou depois das declarações do presidente Fernando Henrique, na última sexta, segundo as quais o Brasil pretende dobrar as exportações nos próximos quatro a cinco anos.
O presidente da UIA, Claudio Sebastiani, que é deputado nacional pelo Partido Justicialista, disse que existe um risco de o país perder competitividade com a crise na Ásia e com a desvalorização do peso frente às moedas européias.
Vários empresários argentinos estão preocupados com o que definem como uma possível "avalancha importadora", a qual prejudicaria a indústria nacional.
Os argentinos, a começar pelo ministro da Economia, Roque Fernández, rechaçam a possibilidade de recessão na economia.
Prevêem, porém, que isso ocorrerá na economia de outros países, incluindo o Brasil. Isso, segundo eles, provocará a ausência de consumo interno e a existência de excedentes em busca de mercados.
Há três semanas, Sebastiani mostrou dados que apontam para uma Argentina menos competitiva em relação ao Brasil e a Ásia.

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