São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
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Dólares 'perdidos' voltam em 3 meses diz, BC

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os US$ 8,309 bilhões perdidos pelo Brasil em outubro, auge da crise no mercado financeiro, podem ser recuperados em apenas três meses, acredita a responsável pela administração e gerenciamento das reservas em moeda estrangeira no Banco Central, Maria do Socorro Costa de Carvalho.
"Temos vivido dias de Suíça", disse ela, apontando a calmaria no mercado de câmbio nas últimas duas semanas de novembro. Neste período, as compras de dólares à vista ocorreram no meio da minibanda (limite mínimo e máximo para a cotação da moeda norte-americana).
Técnicos da área externa do BC são mais cautelosos e, ainda temendo surpresas no mercado internacional, estimam que a recomposição das reservas internacionais não acontecerá antes de seis meses.
A chefe do Depin (Departamento de Operações das Reservas Internacionais) do BC vê dois motivos para uma rápida recuperação dos valores perdidos: o fechamento dos balanços dos bancos em novembro e a percepção entre os investidores estrangeiros de que o Brasil é diferente dos países da Ásia.
Segundo ela, os bancos estrangeiros evitam fazer operações que envolvam supostos riscos no fechamento das suas contas anuais, para fugir da contabilização de prejuízos.
"O apetite por risco aumenta em dezembro, já com o cash (dinheiro) novo de 98", afirma
Perdas
Em outubro, num único dia, o BC vendeu US$ 9,4 bilhões para saciar o mercado. Parte desse dinheiro ficou dentro do país. Os bancos deixaram em suas carteiras US$ 3,267 bilhões e saíram efetivamente do Brasil US$ 5,042 bilhões.
Socorro diz que as reservas permanecem próximas aos mesmos níveis de outubro -US$ 52,8 bilhões no conceito de caixa (disponibilidade imediata).
Ela minimizou as saídas no mercado de taxas livres (comercial) que chegavam a R$ 250,5 milhões até a última quinta-feira.
Para inverter as perdas, o Banco Central conta os sete pedidos de captação de recursos no exterior solicitadas por instituições brasileiras.
Isso significa que o investidor estrangeiro está disposto a investir no Brasil, acredita Maria do Socorro.

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