São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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Brizola questiona união com petistas

CARLOS EDUARDO ALVES

CARLOS EDUARDO ALVES; PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A aliança com o PDT, que o PT considera certa para a eleição presidencial de 98, vive um "impasse", segundo Leonel Brizola.
O líder pedetista não gostou do adiamento da convenção nacional do PT, decidido no último domingo. "Nós nos sentimos atingidos pela decisão do PT de não legitimar a candidatura Lula em dezembro", afirmou Brizola.
No domingo, Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao Diretório Nacional do PT que aceita ser candidato em 98. Em contrapartida, decidiu-se transferir a convenção que oficializaria a candidatura de dezembro para março de 98.
Brizola entende que o adiamento mostra a "vacilação" de Lula e transmite "insegurança" aos eventuais parceiros de palanque.
O governador Cristovam Buarque (PT-DF) disse ontem que Lula vai disputar a Presidência "sem gostar". "Lula aceitou ser candidato, mas não gostou."
Domingo, logo que ficou sabendo do resultado da reunião da cúpula petista, Brizola manifestou o descontentamento. José Dirceu, o presidente do PT, foi informado da situação e viajou ao Rio para conversar com Brizola.
Dirceu não convenceu Brizola. "Disse ao Dirceu que o PDT vai avaliar a nova situação, mas em princípio consideramos insuficiente o avanço de Lula."
Dirceu, por sua vez, disse ontem em São Paulo que a conversa deixou claro que a aliança com o PDT é uma "prioridade" do PT.
Segundo ele, que negou ter discutido sobre vice-candidaturas com o governador, além do próprio Brizola, um dos nomes cotados para a formação da chapa liderada por Lula seria o da senadora Emília Fernandes (PDT-RS).
Brizola exige, para apoiar Lula, que o PT fluminense participe de uma coligação em torno da candidatura de Anthony Garotinho (PDT) ao governo estadual.
A resistência do PT local à aliança está sendo quebrada. Mais difícil é Brizola ser o candidato a vice-presidente em chapa que seria encabeçada por Lula, como o próprio pedetista sugeriu há meses.
"Uma chapa Lula e Brizola solucionaria o teorema, mas não é indispensável", declarou Brizola, que também citou a senadora Fernandes como candidata a vice.
"O problema é que, por causa da decisão do PT de adiar a sua convenção, o PDT gaúcho já quer realizar uma convenção para lançar a senadora ao governo do Rio Grande do Sul", afirmou.
O deputado estadual Renato Simões, da "esquerda" do PT, inscreveu-se para disputar contra Antonio Palocci, do "centro", quem vai concorrer ao governo paulista pelo PT.

Colaboraram Patricia Zorzan, da Reportagem Local, e a Agência Folha

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