São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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SUS quer pagar internações em 1 semana

Sistema de pagamento será mudado em 98

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A forma de processamento das autorizações de internação hospitalar do SUS (Sistema Único de Saúde) vai mudar a partir do ano que vem. Ela será descentralizada.
É uma tentativa de tornar o sistema mais eficaz. Uma das consequências é que o pagamento aos hospitais deverá ser mais rápido.
Hoje, o hospital ligado ao SUS emite a autorização e a envia ao município, que dá a permissão para que ela seja efetivada.
Para que o pagamento da internação seja feito, a secretaria municipal da Saúde remete a conta apresentada pelo hospital após a alta do paciente para o Estado, que a envia ao Datasus, o sistema de controle de dados do SUS.
No Datasus, é feita uma análise crítica da autorização. São checados dados como nome e identificação do paciente, compatibilidade entre tempo de permanência no hospital e a complexidade do ato médico realizado, número de leitos cadastrados, entre outros.
Só após cumprir a análise, que dura cerca de 25 dias, é dada a permissão para o pagamento do hospital. São analisados por ano cerca de 12 milhões de autorizações hospitalares -3 milhões vêm de São Paulo. O total destinado a internações é R$ 4 bilhões.
Pelo novo sistema, todos os Estados e municípios que já estão em gestão plena do sistema de saúde vão realizar a análise crítica. O hospital poderia receber o pagamento cerca de uma semana depois de ter efetuado a internação.
No caso dos municípios que não estão em gestão plena, o Estado fará a análise crítica da autorização.
Em janeiro, o sistema de crítica e a relação dos procedimentos autorizados para emitir a guia de internação começam a estar disponíveis a gestores municipais e estaduais via Internet. O sistema deve entrar em vigor em 1º de maio.
A maior fonte de fraudes no SUS está no setor de ambulatório. Uma tentativa de mudar isso foi a instituição da Autorização Prévia de Procedimentos de Alta Complexidade. Antes, se um paciente precisasse fazer uma tomografia, ele podia ir com a requisição do exame a qualquer hospital do sistema que tivesse o equipamento. Com a autorização prévia, o paciente deve levar a requisição do exame à secretaria municipal da Saúde, que então definirá o hospital.

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