São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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Balança comercial tem déficit de US$ 1,265 bi em novembro

Trata-se do segundo pior resultado do ano

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A balança comercial de novembro registrou déficit de US$ 1,265 bilhão, o segundo pior resultado mensal do ano.
A cifra eleva para US$ 9,673 bilhões o déficit acumulado nos últimos 12 meses -base para as estimativas do resultado do ano. De janeiro a novembro, o saldo negativo chega a US$ 7,886 bilhões.
O saldo foi apresentado ontem pela secretária-adjunta da Receita Federal, Lytha Spíndola. Ela acrescentou que a cifra é ainda preliminar porque não foram concluídas as revisões nos dados de importação da segunda quinzena de novembro. O número definitivo será divulgado até o próximo dia 15.
Durante o ano, apenas o déficit de fevereiro foi maior que o do mês passado. Chegou a US$ 1,969 bilhão, mas a cifra foi inflada pela importação de US$ 473 milhões em derivados que a Petrobrás não havia registrado em janeiro.
O resultado de novembro aponta agravamento em relação ao déficit comercial do mesmo período de 96, que foi de US$ 853 milhões. O saldo negativo cresceu 48,3%. Em comparação com o déficit de outubro de 97, a diferença é maior: o saldo negativo cresceu 68,8%.
Os dados divulgados mostram que a queda nas exportações foi determinante no comportamento da balança. Fecharam em US$ 3,974 bilhões -o pior resultado desde março, de US$ 3,826 bilhões.
Portanto, os embarques caíram 17% em relação a outubro e aumentaram apenas 1,5% em comparação com novembro de 96.
Tradicionalmente, é esperada queda nas exportações no final do ano, com o fim dos embarques agrícolas. O governo só não esperava queda tão acentuada.
O resultado só não foi pior porque as importações também recuaram. Somaram US$ 5,239 bilhões -cifra 5,7% menor que a de outubro, mas 9,94% maior que a de novembro de 96.
A Folha apurou que técnicos da equipe econômica consideram que o aumento da taxa de juros teve impacto maior na redução das importações do que outras medidas tomadas pelo governo.
Os dados apresentados por Lytha Spíndola apontam, ainda, as correções nos resultados das importações e nos saldos de setembro e da primeira quinzena de novembro.

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