São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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Malan quer controle de capital externo em países emergentes

Objetivo é defender a moeda de de ataque especulativo

VIVALDO DE SOUSA
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

O ministro Pedro Malan (Fazenda) defendeu ontem a adoção de regras para o controle dos investimentos estrangeiros nos países emergentes. Segundo ele, seriam apenas mecanismos prudenciais que dariam aos países emergentes novos instrumentos para defender sua moeda do capital especulativo.
Na avaliação do ministro, as economias dos países emergentes como o Brasil ainda estão amadurecendo. Por isso, a abertura e a integração econômica devem ser feitas com cautela. Na conjuntura atual, disse, nenhum país está livre de ser atingido por crises surgidas em outros locais.
Suas declarações foram feitas durante palestra na Conferência sobre Integração dos Mercados Financeiros e Harmonização das Américas, em Santiago do Chile. Segundo ele, o controle de capitais é parte integrante das discussões que estão sendo feitas hoje no mundo sobre a globalização econômica e seus reflexos.
Malan disse que é necessária a cooperação internacional para que os governos possam aprender com o recente crash global. As regras prudenciais, afirmou, deveriam ser aplicadas somente para o capital de curto prazo -dinheiro que é aplicado fora do setor produtivo.
Hoje, os ministros da Fazenda do Hemisfério Ocidental iniciam sua segunda reunião.
Durante a conferência, o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, disse que a integração dos mercados financeiros também trouxe benefícios porque forçou os bancos nacionais a se modernizarem tecnologicamente para concorrer com os estrangeiros.
Para David Mulford, principal executivo do CS First Boston e ex-subsecretário do governo norte-americano, Brasil, China, Rússia, Índia e Indonésia deveriam ter um papel mais importante na economia mundial hoje. Segundo ele, o FMI não está acompanhando o fluxo de informações sobre os países emergentes.

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