São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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FMI e Coréia do Sul ainda discutem ajuda

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo sul-coreano voltou atrás ontem do anúncio de que teria chegado a um acordo final com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a ajuda financeira que será concedida ao país.
A agência sul-coreana "Yonhap" afirmou que ainda há pontos em desacordo entre o governo e o FMI.
"A equipe do FMI e a Coréia do Sul definiram um acordo, mas ele precisa ainda ser aprovado pelo diretor do fundo", disse o ministro das Finanças, Lim Chang-yuel, na manhã de ontem.
A divulgação sobre a conclusão das negociações havia sido feita pelo próprio ministro das Finanças no último domingo.
Hubert Neiss, chefe da missão do FMI, afirmou que o acordo não havia sido concluído nem mesmo junto à equipe de trabalho que está no país.
Um porta-voz do governo também negou a conclusão do acordo e afirmou que as negociações continuavam. Ele não informou detalhes sobre os pontos que ainda estão sem definição.
A rádio estatal sul-coreana divulgou, no entanto, que o pacote de ajuda financeira seria de US$ 55 bilhões.
Estados Unidos e Japão contribuiriam com US$ 20 bilhões desse total. O Banco Mundial destinaria US$ 15 bilhões. O restante viria do FMI, segundo a rádio estatal.
Se a quantia for confirmada, será a maior ajuda internacional já concedida a um país. Superaria o socorro dado ao México, em 1995, de US$ 48 bilhões.
O pacote também seria maior que os US$ 20 bilhões inicialmente previstos pela Coréia.
Analistas afirmam que a ajuda à Coréia pode chegar a até US$ 100 bilhões.
O acordo com o FMI deverá levar a Coréia do Sul a reduzir pela metade sua expectativa de crescimento econômico, segundo analistas.
O governo sul-coreano provavelmente terá que cortar gastos e abrir ainda mais seu mercado financeiro a investimentos externos.
O país espera para esta semana a chegada do diretor do FMI, Michel Camdessus, que está na Malásia.
Em Washington, um porta-voz do governo norte-americano disse que o acordo final entre a Coréia do Sul e o FMI não havia sido concluído.
Bolsa
A Bolsa de Valores de Seul registrou ontem queda de 3,6% devido à demora nas negociações entre o governo e o FMI. O principal índice perdeu 14,70 pontos e fechou a 393,16 pontos.
A queda no pregão de ontem foi puxada pela notícia de que o ministro das Finanças, Lim Chang-yuel, e o diretor do FMI, Michel Camdessus, não haviam chegado a um acordo.

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