São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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Brasil prepara estudo sobre suas emissões

RICARDO BONALUME NETO
DO ENVIADO ESPECIAL

O Brasil tem até o dia 7 de agosto de 1999 para informar ao resto do planeta o quanto os seus 160 milhões de habitantes estão contribuindo para o aquecimento da Terra. A data é fruto de compromissos internacionais que trouxeram recursos para se chegar a esse objetivo.
Hoje, cerca de 60 instituições, públicas e privadas, acadêmicas e profissionais, da Embrapa à Petrobrás, da USP a associações empresariais, estão empenhadas em coletar essas informações.
Todo país que assinou a convenção do clima tem de comunicar o quanto está contribuindo para o efeito estufa.
Os 33 países mais desenvolvidos, que juntos foram responsáveis por 63% das emissões de dióxido de carbono em 1990, devem fazer suas comunicações com mais frequência. E os outros, em desenvolvimento, devem procurar fazê-lo, com auxílio dos ricos.
O Brasil recebeu US$ 1,9 milhão do exterior para tentar descobrir o quanto prejudica o planeta. A busca dos dados tem esse lado irônico. Cada país tem praticamente de se autodelatar.
Alguns podem tentar ser desonestos e ocultar emissões de gases-estufa. Outros podem não só tentar descobrir as próprias emissões, como avaliar as dos outros.
O Brasil já foi acusado de ser um grande culpado pelo efeito estufa, por causa principalmente do desflorestamento amazônico. Hoje, as estimativas, baseadas em estudos feitos por pesquisadores no país, indicam que o Brasil não é o vilão ambiental que se dizia.
O coordenador da pesquisa com mudança global no Ministério da Ciência e Tecnologia, José Domingos Gonzalez Miguez, acha que o custo dessa "comunicação nacional" dos gases-estufa brasileiros deverá chegar a US$ 7 milhões.
Os brasileiros têm vários programas de pesquisa buscando saber detalhes da produção pelo país de gases como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso.
Por exemplo: cada arroto que um dos 150 milhões de bois e vacas brasileiros produz significa uma pequena quantidade de metano a mais na atmosfera terrestre. E, peso por peso, o metano contribui 25 vezes mais para o efeito estufa do que o mais comum dióxido de carbono.
(RBN)

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