São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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Maus perdedores

CELSO PITTA

Chego ao final deste primeiro ano de mandato na Prefeitura de São Paulo observando dois retratos diferentes da cidade.
Um deles me é oferecido pelos dados da realidade: apesar das dificuldades circunstanciais de caixa, estão sendo cumpridas as metas de continuidade administrativa e de prioridade para o setor social. Além disso, como não poderia deixar de ser, todos os serviços públicos municipais funcionam regularmente.
Mas outra é a imagem que se estampa em alguns artigos na imprensa e nas opiniões de políticos da oposição. Para eles, a cidade de São Paulo estaria "paralisada", "afogada" em dívidas, com o prefeito "isolado" política e administrativamente.
Não são apenas críticas, inerentes à democracia e essenciais a todo governante que não tenha a pretensão de ser onisciente. São também mentiras e intrigas com as quais procuram me alvejar desde o dia em que assumi o Poder Executivo da maior cidade do país, numa verdadeira atitude de perseguição e de discriminação, como a qualificou o cardeal arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns.
Tentaram, e ainda tentam, intrigar-me com o ex-prefeito Paulo Maluf, a quem devo meu ingresso na vida pública e com quem mantenho uma relação de amizade, lealdade pessoal e fidelidade política, sem a suposta subalternidade que alguns apregoam -até porque uma relação assim não seria do meu feitio nem do dele.
Apesar da existência de uma certa "torcida" pelo isolamento político e pela desarticulação administrativa, constata-se um clima excelente de colaboração dos governos estadual e federal com o município.
Da parte do presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Mário Covas, o trabalho conjunto com a prefeitura, em favor do interesse dos cidadãos de São Paulo, está acima das diferenças partidárias. Prova disso são o rodoanel, as ações contra enchentes e o projeto Dignidade, que está devolvendo ao uso de todos os cidadãos áreas como a avenida Paulista e as praças da Sé e da República.
É curioso, mas as mesmas vozes que há um ano criticavam a realização de obras viárias hoje reclamam de atrasos no cumprimento de seus cronogramas. Não por coincidência, eram essas mesmas vozes que defendiam em campanha mais investimentos no setor social.
Agora, insurgem-se contra as despesas que a prefeitura tem com o PAS (Plano de Atendimento à Saúde), cuja procura cresceu 65% em um ano de existência. O motivo é simples (e desafio que se prove o contrário): o PAS é hoje o melhor sistema público de saúde do país.
As tais vozes adversárias esquecem que estaremos completando os primeiros 12 meses de administração com a inauguração de uma creche a cada 15 dias, sem contar as novas escolas de educação infantil e de primeiro grau, inauguradas à razão de uma por mês. Nesse campo, posso citar ainda a política de reorganização e valorização do professorado.
Reafirmo que a situação da prefeitura é de equilíbrio financeiro. Acredito não haver no país uma instância de governo que tenha um comprometimento de apenas 40% de sua receita com a folha de funcionários.
A despeito da contenção de despesas, o pagamento em dia dos salários jamais esteve ameaçado, assim como o do 13º salário. O Leve Leite continua a beneficiar os 800 mil alunos da rede municipal. Em 11 meses, mais de 4.000 famílias se mudaram das favelas para apartamentos do projeto Cingapura. E a primeira linha do fura-fila já estará em operação no ano que vem.
Era previsível que os perdedores do jogo democrático não arredassem pé do palanque. Lá permanecem, derrotados e derrotistas, enquanto esta administração avança no cumprimento de todos os compromissos de campanha.

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