São Paulo, quarta-feira, 3 de dezembro de 1997
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Fundos terão de ajustar contas em 98

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os administradores de fundos de renda fixa estão se preparando para receber um bombardeio de reclamações no início de 98.
Eles terão que passar, pela segunda vez em menos de três meses, pela incômoda experiência de explicar a seus cotistas porque o patrimônio deles encolheu, se, em tese, deveria aumentar sempre.
Com determinação de que o estoque aplicado será tributado de uma só vez pela alíquota de 15% na passagem do ano, os cotistas dos fundos verão sua aplicação encolher de um dia para o outro.
O dia fatal vai variar de conta para conta, pois o recolhimento do imposto sobre os rendimentos passados deverá acontecer no primeiro "aniversário" de cada aplicação após a virada do ano. Mas até o fim de fevereiro todos serão pegos.
"Teremos de explicar aos clientes que estará havendo uma antecipação do imposto que seria pago futuramente", diz Marcelo Maneo, diretor de renda fixa da LAM (Lloyds Asset Management).
Para o diretor do BankBoston, Fábio Oliveira, a medida "afeta a credibilidade dos fundos", em função da mudança de regras no meio do jogo.
No início de novembro os fundos de renda fixa já haviam sofrido o primeiro arranhão na imagem.
Na ocasião, os administradores tiveram de fazer ajustes para se adequar à realidade de juros maiores, reduzindo as cotas dos fundos.
Alguns analistas acreditam que boa parte da migração dos fundos para a poupança tenha acontecido em função desse abalo de credibilidade, muito mais do que por causa do maior rendimento das cadernetas.

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