São Paulo, quinta-feira, 4 de dezembro de 1997
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Itália condena Berlusconi a 16 meses

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O empresário e ex-premiê italiano Silvio Berlusconi foi condenado ontem a 16 meses de prisão por fraude financeira. A pena acabou comutada pelo tribunal de Milão que conduziu o caso. Berlusconi terá de pagar multa de US$ 29 mil.
Em 1988, a Rete Italia, uma das emissoras de TV de Berlusconi, comprou um estúdio cinematográfico por US$ 18 milhões. Parte desse dinheiro, porém, voltou para contas de Berlusconi e outras quatro pessoas, numa operação de fraude fiscal. O empresário sempre negou qualquer irregularidade.
A condenação representa uma dupla derrota para o ex-premiê.
Pelo lado público, pode acabar encerrando a carreira política do líder do bloco de direita na Itália.
Berlusconi, um dos maiores empresários de mídia da Europa, se lançou na política em 1993, ao fundar um partido (Força Itália).
Liderando um bloco de direita (que se chamou Pólo da Liberdade e incluía de democratas-cristãos a neofascistas), ele venceu as eleições parlamentares de 1994.
O empresário governou o país de março a dezembro de 1994. Nesse período, enfrentou grande resistência dos sindicatos a cortes nos gastos sociais e acusações de incompatibilidade com a sua atividade de empresário de mídia.
Seu governo caiu quando um dos partidos aliados, a separatista Liga Norte, deixou a coalizão.
Desde então, o bloco de direita sofreu várias derrotas. Na eleição municipal de novembro, a coalizão de centro-esquerda que governa o país hoje venceu em todas as grandes cidades disputadas.
A liderança de Berlusconi vinha sendo questionada. Sua imagem pública ruim é apontada como um dos fatores da derrocada eleitoral.
Já pelo lado privado, a sentença constitui uma ameaça pessoal e empresarial. Pessoal, já que Berlusconi é réu em outros três processos em andamento (há ainda outros casos em investigação).
Caso seja condenado em algum deles, pode efetivamente ser preso.
Empresarialmente, Berlusconi será prejudicado em seus planos de fusões e parcerias, já que seus negócios estão sob investigação.
O empresário não comentou ontem a decisão da Justiça italiana.

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