São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997 |
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Brasil se compromete a proteger 10% de florestas
CLÓVIS ROSSI
O compromisso consta de carta enviada pelo embaixador em Londres, Rubens Barbosa, ao príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth e presidente emérito do WWF (Fundo Mundial pela Natureza). É de iniciativa do WWF a campanha "Florestas para a Vida", que visa, exatamente, fazer com que todos os países garantam a proteção de ao menos 10% de suas florestas até o ano 2000. Essa é a porcentagem considerada mínima para proteger regiões com rica diversidade biológica. No caso só da floresta amazônica, que tem 65% de sua área no Brasil, há 55 mil espécies de plantas, 3.000 de peixes e 1.622 de pássaros, entre outros espécimes. O Brasil já protege quase 9% de suas florestas, segundo Eduardo Martins, presidente do Ibama, que faz parte da comitiva do presidente Fernando Henrique Cardoso na visita a Londres. Martins diz que o compromisso representa acrescentar 4 milhões de hectares às áreas protegidas. O presidente do Ibama diz que, além de incluir novas áreas, o importante é "fazer com que aquilo que foi criado seja implantado". O tema meio ambiente esteve presente também na conversa entre FHC e Blair, mas em torno da conferência internacional de Kyoto (Japão), que discute as mudanças climáticas. À saída do encontro, FHC disse que Brasil e Reino Unido vão trabalhar juntos em Kyoto. Acrescentou: "Nós estamos dispostos a assumir nossas responsabilidades com a condição de que os países mais desenvolvidos, que têm uma responsabilidade maior, no sentido de terem poluído mais, tomem também medidas claras e tenham objetivos definidos para os limites de emissão de gases". É alusão a uma das divergências que antecederam a conferência de Kyoto: os EUA gostariam que todos os países arcassem com os custos de reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa e levam ao aquecimento do planeta. O Brasil, porém, insiste que quem polui mais paga mais. Os países desenvolvidos são, de longe, os grandes emissores de gases. (CR) LEIA MAIS sobre a conferência de Kyoto na pág. 1-13 Texto Anterior: País quer aproximação com G-7 Próximo Texto: Acordo não tem garantias Índice |
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