São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997
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Erro torna a Receita alvo de políticos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A trapalhada na redação da MP que elevou o Imposto de Renda sobre assalariados e aplicações financeiras gerou ataques entre os políticos aliados ao governo.
O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, foi o personagem mais citado, tanto por políticos do PSDB quanto do PFL, partido ao qual é filiado.
O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), sugeriu ontem ao governo que investigue quem foi o responsável, no Ministério da Fazenda, pela inclusão de texto que aumenta a tributação sobre ganhos em fundos de renda variável na MP, e se houve má-fé.
Ele disse que o relator da medida provisória, deputado Roberto Brant (PSDB-MG), "ficou injustamente mal colocado" por ter levado à votação texto com erro cometido pela área técnica da Fazenda.
O senador conversou ontem por telefone com Pedro Malan e pediu que o governo não demore a corrigir o erro, extinguindo o aumento do imposto sobre ganhos em aplicações de renda variável.
Brant, ex-relator da MP, disse que a Receita teve a intenção de incluir a taxação dos investimentos em renda variável na proposta.
"Não foi por engano. Quem fez queria colocar. A Receita agiu de modo impróprio", afirmou Brant. "A atitude da Receita foi um ato de desrespeito comigo. Eu não vou mais relatar matéria tributária."
"A equipe econômica foi desleal com o Brant. Isso é resultado de um vício no relacionamento do presidente com o PSDB que precisa mudar", afirmou o secretário-geral do partido, deputado Arthur Virgílio (AM).
O presidente interino, Marco Maciel, conversou ontem duas vezes com ACM e várias com o primo e secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, a fim de evitar mais polêmicas em torno do erro.
A assessoria de Marco Maciel negou informações de que ACM teria pedido a demissão de Everardo. ACM também negou essa versão.

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