São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997
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Valorização do real é de 30%, diz Pastore

Produtividade não compensaria

DA SUCURSAL DO RIO

O ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore disse que a valorização cambial hoje é de 30%. Para o economista, a valorização não tem sido compensada pelo aumento da produtividade da indústria no Plano Real, porque ela não seria tão alta quanto as estatísticas oficiais mostram.
Segundo Pastore, o fenômeno da terceirização dá margem para que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) exclua os empregados da indústria que estão na área de serviços das estatísticas industriais, aumentando a produtividade devido a redução da mão-de-obra empregada.
Como exemplos, Pastore citou os casos da Ford e da Volkswagen que terceirizaram as operações de exportação. Elas contrataram, respectivamente, a Cotia e a Colúmbia Armazéns Gerais, duas empresas de comércio exterior, que, segundo ele, absorvem, cada uma, entre 600 e 800 empregados.
Demósthenes Madureira de Pinho Neto, diretor da Área Internacional do BC, disse que o governo quer arrecadar de R$ 70 milhões a R$ 80 milhões ao ano com a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas compras com cartão de crédito.
O diretor do BC, que esteve no 4º Encontro Nacional sobre Mercados Financeiros, Política Monetária e Política Cambial, na FGV (Fundação Getúlio Vargas), disse que o país não precisa recorrer a empréstimos do FMI, porque já está adotando uma política fiscal recomendada pelo fundo.
Comércio exterior
Os dados constam do estudo "Tarifas de Importação do Plano Real", que a Cepal (Conselho Econômico para América Latina e Caribe), da Organização das Nações Unidas, divulgará em dezembro.

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