São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997
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Argentina envia proposta ao FMI

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo argentino se comprometeu junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional) a aplicar as medidas financeiras e fiscais necessárias -como reduzir o gasto público- caso a crise mundial das Bolsas chegue a atingir o país. Em troca, o FMI deve enviar ao país US$ 2,8 bilhões até o ano 2000.
Com uma carta enviada ao titular do FMI, Michel Camdessus, a Argentina se comprometeu a reduzir o déficit público no prazo de três anos, a não ultrapassar US$ 5,7 bilhões em dívidas em 1998, e a privatizar o Banco da Nação Argentina -maior entidade de crédito do país-, bem como todas as empresas estatais.
Na carta, publicada ontem no jornal argentino "Clarín", a administração do presidente Carlos Menem prevê um crescimento que não deve superar 4% para o próximo ano e assegura que a reforma trabalhista estará aprovada pelo Parlamento antes de julho de 1998.
Em uma nota assinada pelo ministro da Economia, Roque Fernández, e o presidente do Banco Central, Pedro Pou, o governo do país afirma que a intenção é "evitar indícios de vulnerabilidade, que possam ocasionar maior déficit", e impulsionar uma reforma tributária, que passaria a vigorar em cerca de um ano.
A proposta com a qual a Argentina se compromete junto ao FMI tem uma vigência de três anos. O acordo inclui ainda o primeiro ano de gestão do próximo governo, que será empossado no final de 1999.
O governo argentino também anuncia a possibilidade de aumentar as tarifas dos impostos, questão que foi sugerida recentemente pelo ministro Roque Fernández e repelida publicamente por Menem.
"O limite do défict de conta corrente será em torno de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas de um país) e o comercial menor de US$ 5 bilhões", indica a carta.
Apesar de assumir o compromisso pela privatização do Banco da Nação Argentina, o governo do país ainda não conseguiu avançar com o processo de privatização do Banco da Província de Buenos Aires, devido à forte resistência do Parlamento.

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