São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997
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Música e iluminação conduzem "Espias"

MÔNICA RODRIGUES COSTA

"Espias" é um espetáculo de formas animadas, muito coloridas e repletas de efeitos óticos, com um roteiro musical instrutivo. O trabalho de música e o desenrolar dos acontecimentos no palco estão de tal forma integrados que fica difícil separar uma coisa da outra.
A peça tem concepção, direção, cenografia e figurinos de Fernando Anhê e Marcelo Escañuela.
A música é uma sequência de trechos selecionados pelo maestro Jamil Maluf. Entre as composições estão "Os Planetas" (Holst), "Mamãe Gansa" (na versão balé, de Ravel), "Carnaval dos Animais" (Sãens) e "Guia Orquestral da Juventude" (Britten).
É difícil também falar sobre o enredo de "Espias" e sobre a faixa etária do público ao qual o espetáculo é destinado.
Foi possível testemunhar que crianças entre 3 e 6 anos na platéia acompanharam com interesse a peça. Mas, se alguém lhes solicitasse para contar como é o espetáculo ficaria difícil inferir o quanto seriam capazes de reproduzi-lo.
É que não há um enredo linear. "Espias" é um espetáculo para o olhar e o ouvido. Mostra figuras engraçadas, próximas da linguagem do cartum e do desenho animado. Remete de imediato ao desenho "Fantasia", de Walt Disney.
As formas animadas estão num universo diferente do habitual e interagem ou contracenam sem suporte verbal, apenas dentro do movimento, ritmo e andamento das composições musicais e da exuberância da iluminação do teatro negro.
O certo é que há o espaço sideral e o mar. Essas formas são peixes, bichos que lembram seres marinhos, como um polvo, seres de um olho só que parecem extraterrestres ou figuras mitológicas, como o ciclope.

**** ESPIAS Criação e direção: Fernando Anhê e Marcelo Escañuela. TBC - sala Arte (r. Major Diogo, 315, Bela Vista, região central, tel. 606-4408). 123 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 21/12. Indicada para crianças de 7 a 12 anos. 60 min. Ingr.: R$ 6. Estac. (R$ 3).

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