São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Rio põe empresa de saneamento à venda

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O governo do Rio de Janeiro deve privatizar até março de 98 a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), empresa estatal que cuida da área de saneamento no Estado, por pelo menos R$ 3 bilhões.
O anúncio foi feito anteontem pelo secretário-executivo do PED (Programa Estadual de Desestatização), Henrique Dittmar Filho, e constitui mudança na política do governo para o setor.
A prática antes era vender concessões para abastecimento sem necessariamente privatizar a empresa. Mas, segundo Dittmar, a empresa terá de ser vendida quando os sistemas Imunana-Laranjal e Guandu, que abastecem a região metropolitana do Rio, forem privatizados.
"Nas regiões metropolitanas, não podemos quebrar o chamado ciclo da água (da captação nos mananciais ao tratamento do esgoto)", afirmou Dittmar. "Por isso, vamos privatizar todo o ciclo."
O secretário-executivo do PED afirmou que a quebra dessa sequência poderia causar problemas, pois os distribuidores da água, por exemplo, teriam de comprá-la dos captadores, o que poderia causar aumento de tarifa.
Dittmar disse que o preço será de "no mínimo" R$ 3 bilhões, pois incluirá a empresa e a concessão para abastecer cerca de 10 milhões de pessoas, por até 25 anos, prorrogáveis por mais 25.
O Estado já vendeu concessões para abastecimento de água em duas áreas: Região dos Lagos 1, por R$ 23,4 milhões e Região dos Lagos 2, por R$ 34,3 milhões.
A venda da Cedae representará grande reforço de caixa para o governo de Marcello Alencar (PSDB) em um ano eleitoral. Até agora, 70% do dinheiro arrecadado com as privatizações do governo fluminense foi aplicado em obras.

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