São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Conjunto de fatores dá título a São Luís

DÉCIO SÁ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Foram três os quesitos técnicos que fizeram de São Luís (MA) Patrimônio da Humanidade, de acordo com o Icomos (Conselho Internacional de Patrimônio e Sítios Históricos), órgão vinculado à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
O anúncio oficial da escolha de São Luís foi feito na última quinta-feira, em Nápoles (Itália). Ele oficializou o parecer técnico emitido pelo Icomos, em março, indicando a cidade ao título. Os três quesitos utilizados pelo instituto para a indicação da capital maranhense foram:
1 - Testemunho excepcional de tradição cultural.
Esse quesito se refere à grande preservação do casario colonial no centro histórico de São Luís, retrato preservado da presença portuguesa no século 18 e início do 19.
2 - Exemplo destacado de conjunto arquitetônico e paisagem urbana, que ilustra um momento significativo da história da humanidade.
O centro histórico de São Luís é considerada a maior área de arquitetura colonial portuguesa existente no Brasil.
3 - Exemplo importante de um assentamento humano tradicional, que também é representativo de uma cultura e de uma época.
A ausência de modificações ao longo do tempo na área central da cidade preservou um conjunto muito homogêneo, apesar da grande extensão.
A área tombada no centro histórico de São Luís é de 60 hectares e coincide com mesma que foi tombada pela União há 17 anos.
A cidade tem cerca de 3.500 prédios históricos. Os prédios são classificados em porta-e-janela, meia-morada (porta com duas janelas), morada-inteira (porta com quatro janelas), sobradão colonial de dois pavimentos (possui sacada com grade de ferro) e prédios maiores de até quatro pavimentos. As frentes dos prédios são revestidas de azulejos portugueses como em nenhum outro lugar do Brasil. A explicação para isso é que o clima quente e úmido e os constantes ventos carregados de salitre estragavam tanto o reboco das casas que o recurso foi azulejá-las.
O centro histórico da cidade se identifica com a área onde funcionou o antigo centro comercial da Província, nos séculos 18 e 19.
Hoje, o tráfego de veículos é proibido no local e o calçamento é igual ao do tempo do Império. Os postes de iluminação foram substituídos por lampiões, realçando a autenticidade de época.

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