São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Clínica fica encravada nos Jardins

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os "pacientes" desligam os celulares, tiram os sapatos e procuram um lugar nas almofadas pretas sobre o tatame. Eles já estão sentados com as pernas cruzadas, a toalha cobrindo os joelhos, quando a monja Jyue Cherng, de cabeça raspada e túnica marrom, entra na sala quase escura.
Dez minutos depois, as cabeças estão se movimentando em cadência seguindo os mantras repetidos pela monja. Não fosse a proteção acústica da sala e as vozes poderiam ser ouvidas da avenida Paulista, a 200 metros dali.
Cerca de 25 pessoas participaram, na noite da última quarta-feira, de uma sessão de meditação no Instituto Brasileiro de Pesquisa Holística em Medicina, nome pomposo da clínica comandada pelo "guru" e médico Jou Eel Jia.
O instituto, que ocupa os três últimos andares de um prédio nos Jardins, é a materialização do "spa urbano" sonhado por Jou Jia. "Você não precisa se afastar do mundo para meditar", diz.
No primeiro pavimento da clínica estão as salas de atendimento da equipe de cinco médicos. Diagnósticos e prognósticos são elaborados com a ajuda de computadores.
No segundo pavimento, estão o espaço de meditação e uma academia de ginástica. No terceiro piso está o estande de disparo: à moda dos guerreiros zen, os "pacientes" exercitam a concentração mirando o alvo com uma pistola olímpica. Todo o ambiente da clínica recende a flores secas e chás aromáticos. O som é o da nova era.
(AB)

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