São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Acupuntura é parte do cotidiano chinês

JAIME SPITZCOVSKY
EDITOR DE EXTERIOR E CIÊNCIA

A medicina tradicional chinesa impregnou, ao longo de séculos, os hábitos diários do país mais populoso do planeta. Os parques de Pequim, por exemplo, amanhecem com batalhões de idosos mobilizados para a prática de ginástica.
Os jovens também não escapam à obsessão chinesa com saúde. Os filhos da terra de Mao Tse-tung tomam chá como os norte-americanos bebem Coca-Cola, comem alho cru como os italianos saboreiam massas. Tudo isso em nome de uma dieta saudável.
Na China, ao contrário do Ocidente, acupuntura, massagem e ervas medicinais não são opções de uma minoria interessada em buscar curas em culturas exóticas e distantes. Despontam como ferramentas do cotidiano e, nos casos menos graves e mais frequentes, como primeira escolha de tratamento.
No caso de uma gripe, xícaras de chá ou agulhas de acupuntura são usadas antes de um antigripal comprado na farmácia. Para enfrentar fadiga, massagem chega à frente de complexos vitamínicos ou outras opções alopáticas.
O domínio de algumas práticas da medicina chinesa não sobrevive como monopólio de diplomados. Existe a tradição das mulheres idosas que acumularam o traquejo da manipulação de ervas para fazer os chás.
Os chineses não descartam a medicina ocidental. Ela tem precedência em casos mais graves e, muitas vezes, não é aplicada de imediato por causa da pobreza que ainda castiga regiões da China. Avança, porém, com o aumento de renda trazido pelo novo capitalismo chinês.

O jornalista Jaime Spitzcovsky foi correspondente da Folha em Pequim entre 94 e 97

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