São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Coluna Joyce Pascowitch
JOYCE PASCOWITCH TaquicardiaPsicanalista mais do que interessada nas coisas do amor, a francesa Colette Soler (foto) baixou no Brasil no fim-de-semana passado para tentar destrinchar o tema em uma série de conferências. Formada pela Escola Normal Superior de Paris -berço de grandes filósofos como Michel Foucault-, ela pertence à Escola da Causa Freudiana, fundada em 80 por Jacques Lacan -com quem fez sua formação- e da qual foi a primeira diretora. Preocupada com o rumo atual das práticas amorosas -em que os parceiros são escolhidos pelo que podem oferecer em termos materiais-, ela prega a valorização dos sentimentos nas relações. Na verdade, faz uma apologia do amor -seja ele qual for- e acredita que ele tem uma função na sociedade -de unir tudo e todos. * Toda forma de amor vale a pena? Só aquelas em que a gente ama. O que Freud não explica? O inexplicável. Qual é a fórmula do amor? "Dar o que não se tem", assina Lacan. Quem precisa de uma flechada do Cupido? Os cúpidos. Quando a paixão destrói? Quando vira crônica policial. Amor rima com dor? Doce, doce dor. Dá para casar com o trabalho? Sim -ele nunca é infiel. Qual é o remédio para amor platônico? Mudar de sintoma. A solidão é a melhor companheira? Com ela, nunca se discute. Que segredos o coração não esconde? Aqueles que ele mostra. O amor move montanhas? Só aquelas dos estúdios de Hollywood. Amor a mais... Faz aritmética. Amor de menos... É a repetição. Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch Próximo Texto: A globalização dos significados Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |