São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Estados Unidos discutem fungo chinês

The Wall Street Journal
de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

"A 'Materia Medica Pharmacopeia' é uma improvável fonte de um conflito comercial moderno", escreve o diário. Escrito há 400 anos, ele dá detalhes de 1.900 ervas, minerais e produtos animais usados pelos chineses através dos séculos para curar doenças, informa o "Wall Street".
"Mas lá, no volume 17, capítulo 25, página 18, em perfeito chinês clássico, está a descrição da qual depende um produto comercial que vale milhões e é um contencioso para uma indústria de bilhões", diz o jornal.
"Hongqu é doce e não-venenoso", diz a descrição de um fundo do arroz. "Ele ajuda a digestão, faz bem para a circulação sanguínea, combate o desânimo e cura diarréia", prossegue o livro. Segundo o jornal, o Hongqu, que agora pode ser encontrado em cerca de 30 mil pontos de venda dos EUA como Cholestin, produto para combate ao excesso de colesterol, é o motivo da disputa entre a Pharmanex, empresa da Califórnia que o industrializa, e a Food and Drug Administration (FDA), agência do governo americano que controla o uso de drogas e alimentos.
Mais um remédio?
A FDA diz que Cholestin é um remédio e tem que ser regulado como tal. Pharmanex usa a "Materia Medica" para provar que o Hongqu é usado há séculos pelos chineses como erva medicinal e que, por isso, pode ser comercializado nos EUA como complemento alimentar, relata o jornal.
O diário explica que um complemento alimentar é muito menos regulamentado do que um remédio. Uma droga precisa ter provas científicas muito mais fortes para poder ser posta à venda.
"O problema é que a medicina chinesa se baseia em receitar infusões de algumas ervas escolhidas pelo médico para cada doença. Para que os cientistas ocidentais descubram um princípio ativo na mistura são necessários anos de pesquisa. Além disso, o princípio isolado nunca é tão eficaz quanto a mistura", diz o "Wall Street".

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