São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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Islâmicos condenam Turquia e Israel

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Chanceleres de 55 países islâmicos reuniram-se ontem em Teerã, capital do Irã, para definir a agenda do encontro de cúpula da Organização da Conferência Islâmica (OCI), de amanhã a quinta-feira.
Uma resolução que condenava a Turquia por sua cooperação militar com Israel e incursões militares no norte do Iraque teve que ser abrandada para ser aprovada.
Ao invés de citar a Turquia, a resolução pede a países islâmicos que cooperem com Israel militarmente que reconsiderem.
A cooperação militar Israel-Turquia começou em 1996. A Síria, maior inimiga militar de Israel, queria uma condenação explícita da Turquia, mas outros países árabes abrandaram a resolução para não piorar a relação com Ancara.
Os chanceleres aprovaram também uma proposta de resolução ressaltando "a necessidade de se respeitar a integridade territorial do Iraque". A Turquia faz incursões frequentes no norte iraquiano (norte) para atacar forças curdas que lutam pela autonomia do Curdistão turco e têm bases no Iraque.
Apesar das críticas, os representantes turcos disseram que o país vai manter a cooperação militar com Israel e as incursões em território iraquiano, se necessárias.
A reunião aprovou também uma proposta de resolução pedindo o fim do processo de normalização com Israel, para punir o país por "reintroduzir uma atmosfera de guerra" no Oriente Médio.
As medidas nesse sentido, segundo a resolução, devem incluir "o fechamento de missões e escritórios até Israel cumprir" as resoluções da ONU sobre o conflito árabe-isralense e os acordos de paz assinados com os palestinos.
A cúpula trienal da OCI será o maior evento internacional no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979. O terrorismo, que afeta vários países da OCI, será um dos temas em debate. O Irã é acusado de apoiar vários grupos extremistas.
Num sinal de divisão interna no regime iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, líder espiritual do país, tomou o lugar do presidente Mohamed Khatami na chefia do evento, segundo foi anunciado ontem.
A ala mais progressista do clero iraniano, que apóia Khatami, esteve em atrito com Khamenei nas últimas semanas. A disputa pode afetar o poder presidencial.

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