São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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Nuvem garante sono de pedra dos vulcões

ROSEANE SANTOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os vulcões são um espetáculo à parte na Costa Rica. A cada 47 km encontra-se um. Ao todo, há 112 vulcões no país. O Poás, o Irazu e o Arenal estão em atividade.
Os vulcões fazem parte da maioria dos pacotes turísticos e satisfazem diversos gostos, pois são de fácil acesso e oferecem momentos de rara beleza -o Arenal, por exemplo, derrama lavas a cada 30 minutos. No caminho do Arenal, um parque guarda 4.283 espécies de flora e fauna, que representam 36% da riqueza natural do país.
No vulcão Poás, um mirante permite a visão da água infinitamente azul dentro da cratera de dois quilômetros de diâmetro e 300 metros de profundidade.
Em 1987, especialistas advertiram que essa água poderia baixar, e, nesse caso, os gases de várias substâncias, como enxofre, sairiam em forma de fumaça. Com a diminuição das águas, registrou-se o aumento desses vapores, num processo que causou chuva ácida em 1988, danificando plantações de café e cana-de-açúcar.
As nuvens são imprevisíveis e nem sempre deixam a cratera do Poás visível aos visitantes. Segundo a lenda da região, o vulcão é um gigante que dorme e, caso houver barulho próximo a ele, as nuvens vêm cobri-lo para não despertar.
Energia esotérica
Quem visitar o Poás pode contar ainda com duas surpresas. A catarata da Paz, lugar considerado energético por muitos esotéricos, na estrada que liga o parque a San José, e a vista da lagoa dos Botos, situada dentro do parque.
A lagoa pode ser alcançada numa caminhada de 20 minutos, na qual os visitantes gozam da companhia de diversas espécies de pássaros dentro de um bosque.
Juntamente com o Poás, o Irazu, com seus 3.482 metros de altitude, é um vulcão dos mais visitados do país. Ainda que seja possível sentir seus tremores com frequência, ele não causa prejuízos maiores desde 1963, quando suas cinzas destruíram várias plantações. Quem se animar pode conhecer ainda outros vulcões menos ativos, mas com visuais dignos das câmeras.
No caminho para o Ricon de la Vieja, há piscinas formadas pelas resinas vulcânicas, com águas medicinais a uma temperatura de 42°C. Segundo moradores, um banho nessas condições, 15 minutos por dia, ajuda a curar problemas musculares, obesidade e artrite.
Há outro costume local que, dizem, traz benefícios ao corpo: o uso da lama vulcânica em máscaras de beleza. Depois de resfriada, a lama manteria os ingredientes ativos do enxofre, que combateriam acnes.

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