São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Economistas elogiam acerto na autopeças
MAURO ARBEX
Para o professor de Economia da PUC/Rio, Edward Amadeo, o acordo permite, pela primeira vez, que os trabalhadores participem da definição, ao lado dos empresários, da quantidade de empregos. "É um avanço importante. Antes, os sindicatos negociavam apenas sobre os salários e cabia às empresas decidir a força de trabalho. Agora, os trabalhadores passam a ter voz também em relação aos empregos", afirma Amadeo. Segundo ele, o acordo cria também oportunidades para que as empresas invistam na qualificação profissional e reduzam a rotatividade no mercado de trabalho, um dos principais problemas do país. José Pastore, professor de Economia da USP (Universidade de São Paulo) e consultor da CNI (Confederação Nacional da Indústria), diz que o acordo não é o ideal, pois corta salário, mas "foi o possível dentro do que a lei permite na atualidade". A legislação trabalhista, lembra, não autoriza, por exemplo, mexer no 13º salário, no descanso semanal ou no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para reduzir os custos das empresas. Márcio Pochmann, da Unicamp (Universidade de Campinas), afirma que o acordo, se generalizado, pode ter o efeito de provocar um desaquecimento ainda maior na economia. "Com o corte de salários, a queda no consumo tende a se intensificar." Para Walter Barelli, secretário de Trabalho de São Paulo, o acordo será testado agora. "Ele terá de ser aprovado pelas empresas. Será que as grandes ou aquelas que estão com dificuldade vão aceitar a redução da jornada e a estabilidade previstas no acordo?", pergunta. Texto Anterior: Proger fracassa nas regiões urbanas Próximo Texto: FGTS pode cair para preservar salário Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |