São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997 |
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'Amar' e 'O Pulso' se destacam
JOSÉ GERALDO COUTO
O primeiro, que marca a estréia na direção do ator e roteirista Carlos Gregório, é um delicado ensaio sobre o amor não correspondido. Inspirado no mecanismo simples e perverso do poema "Quadrilha", de Carlos Drummond de Andrade ("João amava Teresa que amava Raimundo"), "Amar" é um caso raro de abordagem sensível, roteiro amarrado, direção precisa, atuações inspiradas. Começa com um namoro em crise e vai encadeando desencontros ao mesmo tempo engraçados e comoventes, até o desfecho inesperado, que sustenta o sutil equilíbrio entre drama e humor. "O Pulso", do gaúcho José Pedro Goulart, é, em vários sentidos, o antípoda de "Amar". Em vez de abordar relacionamentos cotidianos, parte de uma idéia extravagante: um jovem morto (Werner Schünemann) se apaixona no necrotério pela médica legista (Leticia Spiller). O balé visual encenado no necrotério, com três personagens (o morto, a médica e seu marido vingativo), é um dos momentos mais exuberantes e competentes do cinema brasileiro recente. O que enfraquece o impacto do filme são seus excessos: de duração, de texto e de pretensão filosófica. Nada é perfeito. (JGC) Texto Anterior: Curtas nacionais contam histórias de amor Próximo Texto: Olhar de Mainardi é distanciado demais Índice |
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