São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Padre muda de opinião e defende gravidez
FERNANDA DA ESCÓSSIA
O padre havia dito que não faria campanha contra o aborto de M., mas afirmou que pensou melhor. "Especialistas me ligaram e disseram que o aborto é mais arriscado que o parto. Podemos providenciar uma adoção", afirmou. Ontem, os pais de M. disseram à Folha que, caso ela não corra risco de vida durante a gravidez ou o parto, já pensam em permitir o filho e querem até criá-lo. O juiz de Sapucaia, Luiz Olímpio Mangabeira Cardoso, determinou exames médicos na menina e deve anunciar a decisão amanhã. V.O., 38, e M.P., 41, pais de M., queriam o aborto, mas começaram a mudar de idéia porque o avô materno da menina e outros parentes pressionaram e disseram que "seria um crime" tirar o bebê. "A médica de Sapucaia já disse que não tira. Uma criança de quatro meses já tem até unha. A gente não queria, mas o que pode fazer?", pergunta a mãe de M.. "O mais importante para nós é a vida da nossa filha. Mas, se não houver risco de vida para ela, o melhor é que ela tenha o filho. A gente cria como se fosse outro filho", disse o pai de M.. A menina, que fez 11 anos no sábado, está ainda mais confusa e com medo. Ela queria tirar o bebê. Agora, diz que, se souber que não corre perigo, vai ter a criança e dá-la a outra família. Fã de Xuxa, M. sabe que a apresentadora está grávida e diz que achou "muito legal" a gravidez de Xuxa. A menina afirma ter sido estuprada pelo lavrador Roberto Celeste, o Ivan, foragido. Os pais de M. são católicos e analfabetos. Estranhando os vômitos da garota, levaram-na ao hospital e ao posto de saúde da cidade. M. tomou antiácido para o estômago, remédios para vermes, um antibiótico e laxantes. Os remédios são contra-indicados para gestantes. Texto Anterior: Morre herdeiro da Fiat Próximo Texto: Polícia 'caça' o acusado de estuprar menina Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |