São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 1997
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Propaganda natalina

FRANCESC PETIT

Quero aproveitar e mandar meu feliz Natal e um próspero Ano Novo a todos aqueles colegas de profissão, publicitários, que acreditam que Papai Noel existe, que comemoram o nascimento do menino Jesus, que se emocionam com as canções natalinas, que, junto com suas famílias e amigos, brindam para as coisas boas da vida. Hoje há muitos colegas que se recusam a fazer mensagens natalinas por achar uma idiotice.
De fato, pelo nível de anúncios, promoções e até cartões de Natal, fica evidente que existe pouca ilusão na fantasia do Natal. É só olhar as campanhas de produtos típicos da época, triste paisagem para ajudar crianças e adultos a fazer desta data a maior festa do ano. O Natal é do proletariado. Assim, a comunicação tem de ser emocional. Jesus, a Virgem Maria e até o gordinho Papai Noel eram do povo.
Ninguém no mundo fez até hoje um marketing melhor do que os norte-americanos. Até na tragédia, eles tiveram a coragem de fazer um anúncio, como o antológico da Mobil, da DDB, de um homem morto na rua, coberto com uns pacotes no asfalto e o título dizendo: "Papai Noel morreu".
É arrepiante pelo drama, pela tragédia, que só quem acredita no Natal é capaz de escrever. E capaz de se emocionar com as luzes das vitrinas, das árvores enfeitadas, das mesas arrumadas e das donas-de-casa aprontando a ceia de Natal. E com as mensagens escritas nos cartões de Natal e com a explosão das garrafas de champanhe, da espuma do copo de cerveja. Tudo é Natal, a gravata nova, o terno alinhado, o vestido da moça e os presentes que trazem a alegria das crianças e dos adultos. E viva o Natal!
Feliz Natal!

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