São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 1997 |
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Mulher menstruada não entra nas festas
NICIA GUERRIERO
Em qualquer dia da semana é possível encontrar eventos com cara de domingo, pois eles seguem diversos calendários: há meses de 35 dias que formam um ano de 210, meses lunares de 29 dias e o calendário gregoriano. Um ritual de cremação é a maior das festas. O corpo a ser cremado já está sem vida há meses, esperando um dia apropriado. Ser cremado é libertar-se para sempre, portanto trata-se de uma festa alegre. É preciso muito dinheiro para realizar o ritual, que requer oferendas requintadas, além de comes e bebes aos participantes. Os turistas precisam pagar para ver, mas não ganham nada. É comum encontrar nas pequenas estradas uma procissão que se dirige a algum festival. As pessoas caminham com muita alegria, uns levam bandeiras e sombrinhas, mulheres carregam oferendas elaboradas, homens carregam e tocam instrumentos. Por acaso se encontra o tal templo em festa: dezenas de mulheres de cabelo ornamentado subindo escadarias com oferendas na cabeça -pratos cheios de frutas e flores, alguns com mais de meio metro de altura. Homens e crianças impecavelmente arrumados, músicos tocando gamelão, sacerdote espalhando água benta e incenso. As pessoas vão se sentando, crianças pequenas se agitam e andam no meio de todos sem espanto. Meninos compram brinquedos de ambulantes ali instalados: carrinhos, revólveres, bexigas em forma de macaco e até um jogo de apostar dinheiro distraem os meninos na cerimônia. Algumas regras devem ser seguidas para demonstrar respeito ao visitar templos e festas: não suba em muros ou outros lugares mais altos do que o sacerdote para tirar fotos; homens e mulheres devem usar sarongue e faixa; mulheres menstruadas não devem entrar. Pode acontecer também de se atravessar uma vila toda enfeitada com varas de bambus, bandeiras e flores, para recepcionar representantes do governo e realizar uma cerimônia de balanço das conquistas e progressos. Famílias inteiras participam dessas festas. (NG) Texto Anterior: Colheita do arroz nunca chega ao fim Próximo Texto: Ela faz as oferendas, ele cuida dos galos Índice |
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