São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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PF desiste de ação contra Greenpeace

Estrangeiros já foram embora

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

A Polícia Federal desistiu de instaurar inquérito relativo à ação do grupo ambientalista internacional Greenpeace, que tentou, no domingo, impedir o desembarque de um carregamento de soja no porto de São Francisco do Sul (SC).
Ontem à tarde, prestou depoimento na sede da PF de Joinville (180 km ao norte de Florianópolis) o comandante do navio que trouxe a soja, o japonês Tadashi Furuya.
Furuya declarou que não chegou a haver ameaça de suspensão do desembarque em virtude da ação.
"Isso é suficiente para arquivar o caso, porque não ficaria caracterizado o crime", disse o delegado Milton Bairros, da PF.
Anteontem, dez integrantes da entidade -seis deles estrangeiros- foram detidos pela Polícia Federal e prestaram depoimento, sendo liberados à noite.
Bairros deverá ainda tomar o depoimento do funcionário responsável pela praticagem do navio (acompanhamento da embarcação de alto-mar até a entrada do ancoradouro).
"Não creio que surgirão fatos novos. Em todo o caso, devo remeter esse caso para a Procuradoria da República, a quem cabe a palavra final sobre o inquérito."
A ação do Greenpeace tinha por objetivo impedir que 34 mil toneladas de soja importada dos EUA desembarcassem no Brasil.
A organização argumenta que parte do produto foi modificada geneticamente para aumentar a resistência ao uso de agrotóxicos, o que pode causar danos à saúde.
Caso fosse instaurado o inquérito, os ambientalistas poderiam ser enquadrados no artigo 261 do Código Penal, que trata de ação visando impedir trabalho portuário. A pena é de dois a cinco anos.
Os estrangeiros -dois norte-americanos, um inglês, um português, uma alemã e uma holandesa- poderiam ser impedidos de voltar ao Brasil. Eles retornaram ontem a seus países.

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