São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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Um, dois, três, muitos

SÉRGIO MINDLIN

Em novembro e dezembro, três eventos em São Paulo mostraram mudanças significativas no envolvimento empresarial com a solução dos problemas sociais.
Em 26/11, a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança realizou a entrega do seu 8º Prêmio Criança; no dia 1º/12, o Banco Itaú, o Unicef e o Cenpec entregaram o segundo Prêmio Itaú-Unicef Educação e Participação; no dia 8/12, o PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) entregou o Prêmio PNBE de Cidadania 1997, em sua sexta edição.
Cada uma dessas instituições destaca aspectos diferentes da ação de indivíduos e de organizações em prol do fortalecimento da cidadania, da defesa dos direitos das crianças e adolescentes e da melhoria da educação no Brasil.
Todos são eventos patrocinados por empresários preocupados com desenvolvimento social, qualidade de vida e preparo das próximas gerações, para que o futuro do país seja melhor, para que haja uma distribuição de renda mais justa e para que crianças e jovens tenham melhores oportunidades.
Todos tiveram muita dificuldade para escolher os premiados -havia muitos merecedores. O Prêmio Itaú-Unicef, por exemplo, teve mais de 400 indicações.
São inúmeras as iniciativas da sociedade civil para resolver seus problemas. Muitas têm o apoio da iniciativa privada, tanto financeiro quanto gerencial e logístico.
Essas premiações são apenas uma face do envolvimento empresarial em favor do atendimento das nossas carências sociais. As empresas e entidades patrocinadoras desses prêmios realizam um trabalho muito mais amplo, abrangendo outros aspectos de ação social. Muitas outras empresas e entidades fazem o mesmo.
Apesar disso, são ainda imensas as carências sociais, como aponta relatório do IBGE e do Unicef. Um dado resume tudo: 40% das crianças entre 0 e 14 anos vivem em famílias com renda "per capita" inferior a meio salário mínimo.
Estaríamos, portanto, no caminho equivocado, dispersando recursos que seriam mais bem aproveitados de outra forma? Estamos convencidos de que não. Somente por meio do envolvimento da sociedade civil e especialmente do segmento empresarial é que encontraremos a solução permanente para nossos problemas.
"Um, dois, três, muitos Vietnãs!" era o grito revolucionário de Che Guevara, nos anos 60. Passados 30 anos, é outro o grito que queremos dar e divulgar: um, dois, três, muitos prêmios, muitos projetos da sociedade civil e muito apoio empresarial!

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