São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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Doente diz que fica inseguro

DA REPORTAGEM LOCAL

O soropositivo Lucas (nome fictício), 47, não conseguiu realizar o exame de carga viral solicitado pelo seu médico no último mês.
Segundo ele, portador há nove anos, o médico está desconfiado de que o medicamento que está tomando (coquetel composto por três drogas) não está fazendo efeito. "Mas, para ter certeza, teria de realizar o exame. Fico muito inseguro, mas não tem outro jeito."
O primeiro exame de carga viral de Lucas foi realizado em um laboratório particular em abril. "Paguei R$ 240. Mas não posso bancar outro exame."
J.G.M., 35, é doente desde 95 e nunca fez um exame de carga viral. Ele está sendo tratado no CRT/Aids (Centro de Referência e Treinamento em Aids). Em novembro, retiraram uma amostra do sangue de J. para a realização do exame. "Depois disseram que o exame seria suspenso porque o equipamento estava quebrado."
O CRT/Aids não está marcando exames de carga viral porque o HC (Hospital das Clínicas), que realiza a análise para o centro, não recebe os kits (importados pela Roche) há mais de um mês. Os reagentes que compõem o kit ficaram presos na alfândega. Segundo a indústria farmacêutica, os produtos já estão sendo distribuídos.
Esses kits não são os provenientes do ministério, pois o HC já realizava os exames antes da criação da rede credenciada. O hospital recebeu os kits do ministério apenas neste mês, e o pessoal ainda terá de ser treinado.

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