São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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MEC quer triplicar número de universitários

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Aumentar de 11% para 30% a proporção de pessoas de 19 a 24 anos de idade que frequentam a universidade; oferecer quatro anos de estudo para os 18 milhões de jovens e adultos analfabetos do país; ter vagas em creches para um terço das crianças brasileiras; tudo isso, em dez anos.
Essas são algumas das metas do Plano Nacional de Educação (leia quadro), que o MEC (Ministério da Educação) finaliza entre hoje e amanhã, para enviar até sexta-feira ao Palácio do Planalto.
Semelhante a uma série de projetos e leis brasileiras, o texto do PNE que deve chegar à Câmara na semana que vem contém metas difíceis de atingir.
Triplicar o número de universitários em dez anos é talvez uma das mais viáveis -já que a demanda pelo ensino médio (2º grau) está tendo um aumento sem precedentes, devido à melhoria do ensino fundamental (1º grau).
Em dez anos, essa "onda" de alunos que gradualmente está conseguindo concluir o ensino fundamental, e depois o ensino médio, deve chegar à universidade. A meta de atingir 30% da faixa etária é até baixa, considerando outros países, inclusive, da América Latina, como a Argentina, onde está na faixa dos 40%.
Meta difícil
Mas conseguir alfabetizar toda a população de 15 anos ou mais que não tenha ido à escola já é mais difícil. A mesma meta constava das disposições transitórias da Constituição de 1988. Dez anos depois, a situação se alterou pouco.
A ampliação da oferta de vagas em creches esbarra, inicialmente, na falta completa de dados que revelem a extensão desse atendimento hoje.
Há redes municipais, redes conveniadas, vagas em instituições filantrópicas, comunidades que se organizam para atender os bebês -uma série de iniciativas difíceis de ser mapeadas.
"Estamos começando a levantar esses dados agora", afirma Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Estatísticas Educacionais).
O Inep é um dos órgãos mais ativos do MEC na gestão de Paulo Renato Souza. Além de ter coordenado as discussões que levaram à elaboração do PNE, tornou o Brasil uma referência internacional em avaliações educacionais. Hoje, Maria Helena divulga também os resultados do provão 97.

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