São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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Peru reforça proteção antiterror hoje

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Exército e a polícia do Peru estão em estado de alerta devido ao temor de que ocorra hoje algum atentado terrorista no país, durante o primeiro aniversário da ocupação da casa do embaixador do Japão em Lima por guerrilheiros do MRTA (Movimento Revolucionário Tupac Amaru).
Em 17 de dezembro de 96, um grupo de guerrilheiros do MRTA invadiu a residência do embaixador durante uma festa em homenagem ao aniversário do imperador japonês, Akihito.
Cerca de 400 convidados foram tomados como reféns. Ao final do sequestro, 126 dias depois, 72 ainda estavam em poder dos guerrilheiros.
As medidas de segurança desta semana incluem reforço no esquema de proteção às embaixadas, em especial a japonesa.
O governo do Japão, por sua vez, cancelou as comemorações, nesse ano, do aniversário do imperador em Lima e em La Paz, capital da Bolívia, país vizinho ao Peru.
O palácio presidencial, que já foi alvo de oito atentados praticados pelo MRTA, sem vítimas fatais, está com a segurança reforçada.
As forças de segurança peruanas também estão protegendo os ex-reféns e o bispo da cidade de Ayacucho, d. Juan Luís Cipriani, membro da comissão que, durante a ocupação, tentou negociar uma saída pacífica para o caso.
Desde a invasão da residência do embaixador peruano por cerca de 140 agentes em 22 de abril último -e a morte de todos os 14 guerrilheiros do MRTA-, o bispo tem sido acusado de "traidor" e de "agente do serviço de inteligência nacional", em pichações feitas nos muros de Ayacucho.
Por fim, as prisões peruanas onde existem guerrilheiros do MRTA estão de prontidão para evitar que ocorram motins.
O aumento do movimento nas ruas de comércio de Lima, por causa da proximidade do Natal, é mais um motivo de preocupação para as forças de segurança.
O governo nega, entretanto, que haja qualquer esquema especial de segurança. "Não há medidas excepcionais. Se houvesse, seriam anunciadas em nota oficial", afirmou um funcionário do Ministério do Interior do Peru.
Na semana passada, o presidente do Peru, Alberto Fujimori, reuniu os meios de comunicação para mostrar uma réplica, em tamanho natural, da casa do embaixador, construída num quartel para ajudar no treinamento dos agentes que invadiram a casa.
A atitude de Fujimori foi criticada por um dos ex-reféns, o padre Júlio Witch. Para ele, o comportamento "triunfalista" do presidente "não contribui para fomentar a paz no Peru".

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