São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997 |
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Governo estuda reduzir preço para a construção de estradas
FERNANDO GODINHO
A Folha apurou que o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, irá contratar uma empresa de consultoria internacional no ano que vem para realizar uma pesquisa de preços no setor. O ministério conseguiu aprovar uma emenda de R$ 700 mil na Lei Orçamentária do próximo ano para contratar a consultoria. A tabela usada hoje pelo DNER estabelece, como referência, o preço de US$ 300 mil por quilômetro para construir e pavimentar uma estrada com pista simples e duas vias, em uma região sem grandes acidentes geográficos. O custo de uma estrada que exija grandes movimentos de terra e obras de proteção ambiental pode chegar a US$ 4 milhões por quilômetro, de acordo com a tabela do DNER. O preço de referência para a restauração de estradas pavimentadas varia de US$ 10 mil a US$ 20 mil por quilômetro. O ministro dos Transportes avalia que os avanços tecnológicos em máquinas, equipamentos e materiais ocorridos nos últimos 30 anos permitiram uma redução nos custos das obras rodoviárias. Mas essa redução não estaria sendo refletida na tabela de preços atualmente utilizada pelo DNER. Histórico O DNER utiliza o sistema de tabela de preços desde 1946. Atualmente, os preços são estabelecidos pelo Sistema de Custos Rodoviários, montado a partir de um manual com metodologias de cálculo que envolvem despesas com mão-de-obra, equipamentos e materiais em todo o país. Em 1980, esse manual sofreu inovações metodológicas que definiram os preços atuais. No próximo mês, a diretoria do DNER discutirá nova metodologia de cálculo. O diretor-geral do DNER, Maurício Hasenclever Borges, disse à Folha que os preços poderão ser reduzidos após essa discussão. "É importante haver uma referência internacional para a tabela do DNER, mas é difícil fazer a comparação, porque os padrões técnicos do Brasil e dos países desenvolvidos são diferentes", disse. Desse total, cerca de R$ 1,5 bilhão será destinado a investimentos (como construção, pavimentação, manutenção e reforma de rodovias). Maurício Borges acredita que a contratação de uma consultoria internacional pelo Ministério dos Transportes não invalida a discussão do DNER sobre seu novo manual de custos rodoviários. "Mas vários recursos tecnológicos utilizados nos países desenvolvidos ainda não estão sendo aplicados no Brasil", argumenta. O orçamento do DNER é um dos mais visados pelos congressistas. É grande o número de emendas apresentadas com o objetivo de garantir obras rodoviárias nas áreas de influência política de deputados e senadores. (FG) Texto Anterior: Os problemas do DNER Próximo Texto: Motorista de Ritzel identifica voz do deputado na gravação Índice |
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