São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997
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Companhia tem 76 roubos e furtos em 10 meses

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

Setenta e seis roubos e furtos aconteceram na Companhia do Metrô do Rio entre 1º de janeiro e 1º de novembro de 97, segundo apurou a Folha junto a funcionários da empresa. A estatística inclui 33 assaltos à mão armada contra bilheterias e contradiz a imagem oficial de segurança.
A estação cujas bilheterias foram mais assaltadas nesse período foi Inhaúma, na zona norte, com quatro ocorrências. Em segundo lugar, vêm Central (centro), Catete (zona sul) e Engenho da Rainha (zona norte), com três ataques cada uma. Nos assaltos, levaram dinheiro e bilhetes.
Entre 28 de maio e 3 de julho, bilheterias da empresa foram assaltadas em nove ocasiões, algumas vezes em locais de grande movimento, como nas estações Catete, Flamengo (zona sul), Presidente Vargas e Praça 11 (no centro).
Segundo boletins de ocorrência da empresa, houve dias em que mais de uma bilheteria do metrô foi assaltada e quase ao mesmo tempo. Em 17 de abril, segundo o boletim de ocorrência 038, a estação Presidente Vargas foi assaltada às 9h04. O mesmo aconteceu às 9h57 na estação Botafogo (zona sul), no mesmo dia, de acordo com o boletim 039.
Os assaltantes atacaram até a sala do superintendente da estação São Francisco Xavier, invadida às 10h20 em 23 de janeiro.
Também foram assaltados funcionários de empresas que prestam serviços ao metrô, como BRF (cuja sala foi atacada na Glória em 11 de agosto, às 14h02, segundo o boletim 082), e a Sertec, que foi assaltada em 1º de agosto (boletim 080) e teve funcionários assaltados em 15 de agosto (boletim 086).
Vinte e oito roubos e furtos contra usuários foram registrados oficialmente por seguranças do metrô no mesmo período.
A estatística exclui um assalto ocorrido em 4 de setembro, às 12h30, contra a composição 107/013, em que quatro homens armados renderam 50 pessoas, durante uma viagem.
O roubo foi anunciado logo depois que o trem deixou o Flamengo. Quando a composição parou na estação seguinte (Largo do Machado) os homens, armados, não deixaram que ninguém saltasse. O assalto terminou no Catete, onde os assaltantes desembarcaram.
Seguranças ouvidos pela Folha disseram que seriam necessários pelo menos mais 50 homens, além dos cerca de 200 atuais, para que o serviço fosse feito corretamente.
Em cumprimento a recomendações internacionais, os seguranças do metrô trabalham sem armas. Mas a falta de pessoal torna difícil que façam rondas nos trens. Em geral, eles se limitam a trabalhar nas estações. Um deles, Jorge de Paula Tavares, foi gravemente ferido com um tiro durante um assalto, em 15 de agosto. (WILSON TOSTA)

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