São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Condenação é irrevogável
DA REDAÇÃO Apenas um religioso xiita com o mesmo estatuto do aiatolá Ruhollah Khomeini poderia revogar a condenação à morte do escritor Salman Rushdie. Nem mesmo o aiatolá Ali Khamenei, atual líder espiritual do Irã, teria esse poder.Essa foi a justificativa dada por Ali Akhbar Hashemi Rafsanjani, ex-presidente do país, quando decidiu que não mandaria ninguém matar Rushdie, mas que não tinha como revogar a "fatwa". "Fatwa" é uma decisão de um jurisconsulto islâmico. Normalmente, quem pode fazer isso são os ulemás, título que corresponde ao de um teólogo entre os islâmicos. O ulemá tem, entre suas habilitações, a de interpretar a charia, lei islâmica que define as regras de comportamento civil e moral de acordo com o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. O título de aiatolá é hierárquico. Ele é usado pelos xiitas para designar um clérigo formado em uma universidade religiosa. Os aiatolás são os únicos aptos a interpretar a vontade do imã oculto, líder dos muçulmanos que os xiitas esperam que vá voltar no fim dos tempos. Texto Anterior: Rushdie é visto com frequência Próximo Texto: Teólogo britânico quer exorcizar Cambridge; Rússia corre perigo atômico, diz agência; Sequestro nos EUA termina sem vítimas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |