São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997 |
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CRAVOS VERMELHOS . CARLOS HEITOR CONY O escritório do escritor Carlos Heitor Cony, em uma sala do seu apartamento de frente à lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, é um lugar incomum, de coisas muito organizadas no espaço e na memória. "Estou nesse apartamento há mais de uma década, mas esse escritório já me acompanha há 37 anos. Essa estante, esse sofá e essa escrivaninha são meus amigos mais duradouros. Com o tempo fui reformando-os, adaptando o tamanho da estante de acordo com os lugares por onde passei, mas nunca me separei deles." Separação mesmo só ocorreu entre Cony e a máquina de escrever, que perdeu seu lugar para um notebook que o escritor utiliza em casa e nas viagens. Em sua bem arrumada biblioteca estão em destaque seus escritores preferidos: Eça de Queiroz, Machado de Assis, Balzac, Shakespeare e Jean-Paul Sartre. Tanta ordem, porém, oculta uma falha, que ele confessa sorrindo: "Nunca consegui ter minha obra completa. Sempre que tento organizar, percebo a falta de algum livro, que não sei onde está". Um vaso abriga o seu fetiche: cravos vermelhos, que a empregada nunca deixa que faltem sobre a mesa de trabalho. CARLOS HEITOR CONY nasceu em 1925 no Rio de Janeiro (RJ), onde vive. Publicou, entre outros, "Informação ao Crucificado" (Civilização Brasileira), "Quase Memória" e "A Casa do Poeta Trágico" (Cia. das Letras). É colunista da Folha. Texto Anterior: PERTO DO EPICENTRO Próximo Texto: O POETA, O GATO E A ÁRVORE Índice |
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