São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997 |
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FHC diz que 98 será o 'ano da eleição'
RENATA GIRALDI
FHC disse preferir que a campanha comece "mais tarde", pois "precisa consultar as bases" para decidir sobre seu futuro. "Fui candidato, sou presidente e não sei como é ser presidente candidato." Disse que o pior momento do ano foi a crise das Bolsas. Em toda sua gestão, elegeu como mais difícil o início de seu governo, quando enfrentou dificuldades para aprovar medidas no Congresso. FHC elogiou o Congresso, o trabalho da imprensa e classificou-se como um "otimista". "Os céus estão sempre a nosso favor", disse na conversa de 45 minutos que teve com jornalistas ontem * DESEMPREGO - Afirmou que para quem está desempregado a situação é "grave". Mas disse que a tendência é a situação melhorar por causa da curva demográfica favorável. Criticou a forma como o Dieese contabiliza os desempregados. "Contam (como desempregado) quem está empregado mas diz que está procurando trabalho." Afirmou que o governo prefere que não haja demissão. SINDICALISTAS - "Vou receber sim, o assunto está nas mãos do ministro do Trabalho." Não disse quando será a audiência nem o que pretende conversar. IMAGEM DO PAÍS - Afirmou que ao assumir o governo "poucos conheciam o país" e que agora a imagem do Brasil no exterior é "bem diferente". "Acabou aquela imagem do país da corrupção e da gandaia." Os fatores que contribuíram para a mudança, segundo ele, são o regime democrático, a estabilidade econômica e o sucesso das privatizações, nessa ordem. SAÚDE - Disse que se sentiu cansado durante a viagem ao Reino Unido em função do excesso de compromissos. Falou das sete viagens que fez nos últimos 20 dias. "Na minha idade isso é difícil", brincou. Mas afirmou que seus exames (eletrocardiograma, sangue e urina) foram normais. "Nado e faço fisioterapia três vezes por semana." Disse que há muito tempo não sente dores na coluna. CRISE NAS BOLSAS - "Foi sem dúvida o pior momento do ano", disse. "Agora está tudo superado, por aqui pelo menos." HOMEM DO ANO - Disse que foi uma "surpresa" receber o título de "Homem do Ano", em função do lançamento do pacote fiscal. Não leu a revista, mas criticou o fato de dizerem que o país é ingovernável. "(Governar) é complicado, mas (o país) não é ingovernável. Para mim é fácil. O Brasil visto de fora é difícil de entender." FMI - Afirmou que o Fundo não pode dizer quanto o PIB vai crescer, pois "ninguém sabe". CANDOMBLÉ - Disse que um dos quatro prefácios que fez este ano foi para um livro sobre candomblé, que será lançado na França em 98. Indagado se acreditava no candomblé, afirmou: "É melhor não brincar com os orixás". CONGRESSO - Para FHC, agora está mais fácil governar, pois tem apoio do Congresso, e que o governo tem "de cumprir as metas", pois resta só um ano de trabalho. Texto Anterior: Presidente do México é contra lei específica Próximo Texto: Presidente pede mais apoio Índice |
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