São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997
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Garcia nega abuso sexual

DA REPORTAGEM LOCAL

Robson Garcia, apontado pelas vítimas da gangue da batida como o assaltante que praticava os abusos sexuais, admitiu ter praticado os roubos, mas negou os abusos.
"Não sei por que estão me acusando disso. Acho que é porque elas querem que eu fique muito tempo preso. Eu só dirigia os carros. Não precisava agarrar as vítimas. Para isso, eu tenho a minha mulher e as minhas amigas", disse.
Garcia afirmou que tem muito medo de ir para uma cela comum. "Tenho medo porque a turma fala que teve estupro, mas não teve."
Ele diz que começou a roubar a convite de Antônio Carvalho, porque precisava de dinheiro pagar o parto de sua mulher.
Assim como Carvalho, Garcia negou ter baleado um homem num dos assaltos.
A namorada de Carvalho, Maria Vitória, que foi acusada de receptação -na sua casa a polícia encontrou vários objetos roubados pela dupla- disse que não sabia da atividade criminosa do namorado.
"Meu erro foi ter me apaixonado por ele. Minha vida teve uma reviravolta geral. Troquei minha casa e a companhia dos meus filhos pela acusação de pertencer à gangue da batida."
Maria diz que rompeu com Carvalho após o primeiro mês de namoro, quando soube que ele já havia sido preso.
"Ele insistiu e acabamos voltando. Ele me dava muitos presentes e eu até desconfiava que podiam ser roubados, mas não queria falar sobre esse assunto. Só tive a certeza quando fui presa", falou.
Apesar de tudo o que aconteceu, Maria diz que ainda gosta de Carvalho e que não vai abandoná-lo.
A quarta pessoa presa, Sérgio Baiza, também negou qualquer envolvimento com os assaltos, apesar de ter sido reconhecido por algumas vítimas.
"Eu nem sabia que eles faziam isso. A polícia só me envolveu porque eu estava junto, na mesma casa", disse Baiza.

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