São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997
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Vandalismo deixou 3 milhões sem luz no RS

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A ação de vândalos foi responsável pelo corte de luz que atingiu todo o Rio Grande do Sul, alternadamente, das 16h36 de domingo até o início da tarde de ontem, afetando cerca de 3 milhões de pessoas.
O diretor de produção e comercialização da Eletrosul (Centrais Elétricas do Sul do Brasil), Luiz Gonzaga Fagundes, disse que quatro isoladores -peças de porcelana que separam os fios das torres metálicas, impedindo curto-circuito- foram quebrados em duas linhas de transmissão de energia que ligam Santa Catarina ao Rio Grande do Sul.
Fagundes declarou que serão realizados "exames técnicos" para apurar o que foi atirado contra os isoladores, na região norte gaúcha. As torres têm cerca de 30 metros de altura. A polícia vai investigar o caso.
Solução
O problema começou a ser solucionado ontem de manhã com o conserto da linha Itá (SC)-Gravataí (RS). A linha Campos Novos (SC)-Gravataí foi reativada por volta das 14h, conforme a Eletrosul, responsável pelas redes de transmissão.
A empresa, subsidiária da Eletrobrás, está por ser privatizada. Existem grupos que se opõem à venda do controle acionário pelo governo federal.
As linhas que foram atingidas, de 500 quilovolts cada, respondem pela transmissão de energia comprada pelo Rio Grande do Sul, que importa 70% do seu consumo (o Estado produz apenas 30% da energia que utiliza).
A carga demandada em um domingo e numa segunda-feira de manhã é de cerca de 2.700 megawatts. O problema nas linhas impediu a entrada de 1.700 megawatts no território gaúcho.
A CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), a AES Sul e a Rio Grande Energia -a primeira estatal e as outras privadas-, que atuam na distribuição, tiveram de fazer cortes alternados de luz por causa do problema.
Os cortes, de acordo com a assessoria da CEEE, atingiram todos os 467 municípios do Estado, alternadamente. A empresa informou que os cortes duraram no máximo três horas em uma determinada zona de cada cidade.
Nunca tinha ocorrido o estrago de dois importantes circuitos de transmissão ao mesmo tempo -a interrupção da segunda linha ocorreu sete minutos depois da primeira.
Para detectar o problema, foi preciso recorrer a um sobrevôo de helicóptero. Um dos locais era de difícil acesso. No início, técnicos da CEEE achavam que o problema decorria de temporal.
A crise no fornecimento de energia determinou problemas também no abastecimento de água.

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