São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997
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Presente barato atrai consumidor

SIMONE CAVALCANTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas do Natal, os camelôs estão comemorando a melhora nas vendas. As ruas estão lotadas de consumidores ávidos por comprar mercadorias mais em conta.
Nas lojas, a realidade é outra. Muitos estabelecimentos ainda não conseguiram superar o faturamento do ano passado.
O comerciante de rua Edmilson dos Santos, 23, que comercializa os bonecos "banana de pijama" no Viaduto do Chá (região central de São Paulo), disse ontem que, em duas horas, vendeu cerca de cem peças.
Santos, que fabrica os bonecos em Belo Horizonte (MG), veio para São Paulo porque um comerciante daqui comprou 25 mil peças e vendeu "muito rápido".
Cada boneco é comercializado por R$ 5, mas se o consumidor quiser levar mais de dez peças o preço cai para R$ 3,50.
Nas lojas especializadas em brinquedos, o mesmo boneco é vendido por cerca de R$ 28.
A secretária, hoje desempregada, Raquel Veiga, 45, comprou dois bonecos do camelô.
Ela diz que a única saída para presentear as suas crianças no Natal é comprar imitações dos brinquedos que elas pedem.
"Não são os melhores presentes, mas é aquilo que a gente pode dar agora", afirma.
Ricardo Pereira Souza, 23, camelô há dois anos, diz que as novidades, aliadas ao bom preço, atraem muitos consumidores.
Ele vende brinquedos -trazidos do Paraguai- na rua Direita (região central de São Paulo). Os produtos custam R$ 5 e R$ 10.
Souza diz que está vendendo de 70 a 80 brinquedos por dia e, até o Natal, espera faturar R$ 500 diariamente.
Já a recém-inaugurada ponta de estoque da Drastosa, na rua Direita, vende roupas a partir de R$ 2,90.
Luzia Izopp, gerente da loja, diz que as pessoas estão procurando apenas as coisas baratas.
"A gente vende mais, porém o lucro é menor", afirma Luzia.
Na Casa Charles, loja de artigos importados, as filas estão grandes, mas a gerente, Ana Lee, afirma que as vendas devem ficar 20% inferiores às do mesmo período do ano passado.
"Não teremos prejuízo, mas não vai dar para tirar a diferença do ano todo", diz.
Segundo a professora Alice Moraes, 46, neste ano o que era presente virou apenas uma "lembrancinha".

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