São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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'Falta autoridade moral ao Estado'

DA ENVIADA ESPECIAL

A Procuradoria Regional da República no Mato Grosso solicitou à Funai, em setembro deste ano, a formação de um grupo técnico para o acompanhamento da atuação da Igreja Universal do Reino de Deus na aldeia Campinas.
Responsável pelo parecer enviado sobre o assunto ao Ministério Público, Jorge Luiz de Paula, antropólogo da administração da Funai em Nova Xavantina (área que engloba a aldeia Campinas), afirma que falta ao Estado "autoridade moral" para impedir a ação dos evangélicos na região.
"As igrejas agem na brecha da falta de assistência do governo. E, como ninguém faz nada de graça, os índios acabam tendo de assistir aos cultos. Mas para tirar as missões de lá, o que vamos pôr no lugar? Não temos recursos. Falta autoridade moral para isso", diz.
Segundo ele, as instituições religiosas dispõem de uma estrutura que permite a ação direta dos missionários nas aldeias, o que facilita a identificação dos problemas específicos de cada comunidade e melhora o atendimento fornecido pelos religiosos.
"Não podemos fazer a mesma coisa em 60 aldeias com 60 funcionários, sendo que a maior parte trabalha na área administrativa", diz. Ele espera resposta da direção da Funai para a constituição do grupo técnico. "Precisamos de um estudo sério sobre o caso."

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