São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Proger informal" garante expansão

DA REPORTAGEM LOCAL

Eram os juros mais baixos do mercado, mas não foi a vez de Marina Melo, 31, virar uma das contempladas do Programa de Geração de Emprego e Renda.
Em julho, assim que a CEF abriu inscrições de empresas de São Paulo interessadas em financiamento, ela foi procurar o banco.
Queria ampliar o número de computadores em sua agência de publicidade. "A coisa não deu certo porque era muito burocrática. Precisava crescer rapidamente."
A empresária optou por uma via informal: um conhecido que revende computadores e que aceitou fazer um preço camarada.
A agência comprou quatro computadores, contratou três funcionários e cumpriu, por outro caminho, os objetivos do Proger -criar emprego e incentivar o crescimento. "O faturamento este ano foi 20% maior do que o de 96."
O Proger não vingou para Marina, mas garantiu financiamento para mais de 2.800 empresas.
Segundo a CEF, foram liberados R$ 33,7 milhões, até novembro, em linhas de crédito. "Ainda temos R$ 90 milhões. O programa veio para ficar", diz Everaldo Coelho da Silva, 36, gerente da CEF.
Mas nem todas as negociações com o governo tiveram resultados visíveis. O fórum setorial de franchising chega a 98 com passos dados na direção da reforma da lei do setor e de financiamentos.
Na discussão da Lei do Franchising, dois dos pontos de consenso foram a obrigatoriedade de experiência comprovada do franqueador e de contratos em português.
Além disso, o fórum iniciou discussão com a Receita para incluir as franquias no Simples (sistema unificado de recolhimento de impostos) e a dedução de despesas com royalties e aluguel do IR.
Quanto ao financiamento, o BNDES, o dono do cofre, ainda mostra resistência. "Eles argumentam que os programas específicos que já criaram não deram certo", conta o consultor Paulo César Mauro, um dos membros.
Os resultados, se vierem, ficam para 98. "Mesmo assim, o fórum já mostrou a necessidade de entendimento entre as partes", diz Aneli Franzmann, coordenadora do fórum e representante do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo.

Texto Anterior: 'Mulher-gato' quer ser magnata de franquias
Próximo Texto: "Bananas" batem Hércules e Carla Perez
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.