São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997
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Ex-estatais passam por modernização

DA SUCURSAL DO RIO

O Procon (Programa Estadual de Orientação e Proteção ao Consumidor) do Rio registrou, de 27 de junho (dia seguinte ao da privatização do Banerj) a 17 de dezembro, 125 reclamações de clientes contra o banco -23,7% a mais que as 101 registradas de 1º de janeiro ao dia da venda ao Itaú.
"Os novos donos estão enxugando departamentos e passando-os para o Itaú", diz Ronald Carvalhosa, diretor do Sindicato de Bancários do Rio.
Segundo ele, dos 6.200 funcionários que o Banerj tinha ao ser privatizado, pouco mais de 5.700 conservam os empregos. A entidade denuncia que outros 500 devem ser demitidos quando as 27 agências fora do Rio forem fechadas, medida já anunciada. Um programa de demissões voluntárias está aberto até o dia 31.
O diretor-executivo do Banerj, Ronald Anton de Jongh, diz que foram investidos cerca de R$ 15 milhões em modernização de equipamentos, treinamento e redesenho das 32 maiores agências.
Ele não quis revelar números, mas afirmou que a direção do Banerj espera fechar o ano já com algum lucro. No primeiro semestre, diz, mais R$ 35 milhões serão investidos no banco.
A Cerj foi alvo, de janeiro a novembro de 97, de 33 reclamações de clientes. O número é 21,42% menor que as 42 consultas feitas de janeiro a novembro de 96, quando a empresa era estatal. Mas o diretor de Relações Corporativas da empresa, José Luis Echenique, admite que ainda há problemas de queda de luz, uma das grandes dores de cabeça da empresa, que serve ao interior fluminense.
"Há mais de dez anos a Cerj não construía uma subestação, o sistema estava sobrecarregado. Este ano, construímos seis. Uma já funciona e outras entram em funcionamento até o início de 98."
As mudanças incluíram investimentos em informática que deixaram uma proporção de 2,8 funcionários por computador, cobrança de débitos em atraso de 61 prefeituras e dispensa de funcionários. De 4.376, ficaram 2.306, após programas de estímulos à demissão e ajustes. O corte foi de 47,3%.
"Temos 4.000 funcionários terceirizados", diz Echenique.
Esse é justamente um dos problemas, segundo o presidente do Sindicato dos Eletricitários de Niterói, Geraldo Rebello. Ele diz que "gatas" (empreiteiras de mão-de-obra) não respeitam direitos trabalhistas e pagam salários baixos, mas diz que os novos controladores são profissionais e estão investindo.
"A Cerj não tinha investimento há 20 anos", afirma.
A Ceg foi objeto de 21 reclamações no Procon de janeiro até a data da privatização e de outras 21 até 10 de dezembro.
A empresa registrou, até julho, um prejuízo de R$ 82 milhões, muito superior ao de R$ 5,5 milhões de 96, porque passou a considerar prejuízo dívidas do Estado e créditos duvidosos, que, quando era estatal, não eram computados.
Os novos donos reduziram os 1.001 para 889 funcionários e esperam faturar R$ 177 milhões em 97 e R$ 200 milhões em 98.

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