São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997
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Negociação com preso foi gravada

DO ENVIADO ESPECIAL A SOROCABA

O secretário da Administração Penitenciária, João Benedicto de Azevedo Marques, gravou parte do diálogo que manteve, junto com três repórteres de TV, por meio de um radiocomunicador com o líder dos amotinados, José Márcio Felício, o Geléia.
Felício confirmou que os presos estão armados, mas nega que o movimento seja uma rebelião, apesar de a cadeia estar 'guentada' (rendida). "Não é rebelião. Foi uma tentativa de fuga. A cadeia tá 'guentada'. Estamos armados como sabem, mas não tem rebelião porque ninguém quebrou nada."
Na conversa, Geléia mostra preocupação com uma possível transferência para uma cadeia de São Paulo, posteriormente aceita.
"É muito complicado. Não queremos ficar em São Paulo porque é uma patifaria. Fora isso, nós queremos que nossos colegas que estão em Taubaté saiam."
Um dos repórteres pede o nome dos presos e Geléia diz o nome de cinco: José Eduardo Moura da Silva, César Augusto Luiz Silva, Ademar ou Roberto dos Santos, Henrique Evaristo e Israel ou Misael Aparecido da Silva, todos presos na penitenciária de Taubaté. Segundo Geléia, os colegas deveriam ser libertados, pois já teriam cumprido a pena.
Marques disse que o pedido de transferência para outro Estado poderia ser um sinal de que os rebelados temem sofrer represálias em outras cadeias por ferir a ética dos presos, ao manter na cadeia parentes de outros colegas.

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