São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997
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Pitta herdou dívida de Maluf

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma grande dívida herdada da gestão Paulo Maluf, antecessor e padrinho político de Celso Pitta, praticamente paralisou em 97 as ações da Prefeitura de São Paulo, que não teve dinheiro em caixa nem para tocar atividades corriqueiras, como cortar a grama nas praças e tapar buracos.
Só de restos a pagar da gestão Maluf (dívidas de curto prazo), Pitta herdou débitos de cerca de R$ 1,5 bilhão. De 95 para 96, segundo o próprio Pitta, a gestão Maluf deixou de pagar R$ 500 milhões em dívidas. De 96 para 97, as dívidas não pagas chegaram a R$ 1 bilhão.
Em entrevista recente à Folha, Pitta admitiu que Maluf acelerou obras na gestão passada para ajudá-lo a se eleger prefeito no final de 96. No pleito, Pitta bateu a candidata Luiza Erundina, que chegou a liderar as pesquisas de opinião pública.
Pitta disse que Maluf fez muitas obras e contraiu dívidas quando as pesquisas lhe davam de 2% a 3% da preferência do eleitorado.
Em 97, Pitta também vai fechar o ano sem ter pago todas as dívidas que deveriam ter sido honradas.
A dívida total da prefeitura hoje passa dos R$ 9 bilhões, mais do que o orçamento anual do município, sendo que 80% do débito vence até o final da gestão Pitta, o ano 2000. Mesmo com a situação financeira delicada, Pitta tem dito que, até março, o caixa da prefeitura estará mais equilibrado. Em março começam a entrar o dinheiro dos tributos municipais de 98.

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