São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997
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Economia define presidentes em 98

OTÁVIO DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco países da América do Sul, entre eles o Brasil, a Colômbia e a Venezuela, realizarão eleições presidenciais em 98.
Em cada um deles, as condições políticas e econômicas são bastante diferenciadas, o que torna difícil estabelecer uma perspectiva comum a todos. Há, entretanto, alguns pontos de convergência.
No Brasil, o presidente Fernando Henrique Cardoso, candidato à reeleição, deverá basear sua campanha no sucesso da estabilidade econômica. Já os candidatos de oposição criticarão a política econômica de FHC, que teria aprofundado a crise social.
Assim, no maior país do continente, a campanha deverá estar centrada nas discussões em torno da continuidade de um modelo econômico já em avançado estágio de implantação.
A mesma discussão estará presente na Venezuela, mas não tão intensamente. A política econômica do atual presidente, Rafael Caldera Rodriguez, de tendência liberal como a de FHC, vem sendo colocada em prática há apenas dois anos e ainda não trouxe resultados perceptíveis à população.
Já no Equador, os eleitores precisarão justamente sinalizar qual o rumo econômico que desejam.
Desde o impeachment do presidente Abdalá Bucaram Ortiz (Partido Rodosista Equatoriano) em fevereiro último, o presidente interino, Fabian Alarcón Rivera, da Frente Radical Alfarista, vem conduzindo a economia na base do "feijão com arroz".
A eleição equatoriana está marcada para maio, mas a data poderá ser alterada em janeiro pela Assembléia Nacional Constituinte.
Outro ponto em comum é a fragmentação partidária existente na Colômbia e na Venezuela. A eleição colombiana, no entanto, será marcada pela violência resultante do conflito entre os grupos guerrilheiros, as organizações paramilitares e o Exército.
Por fim, há o caso do Paraguai, onde uma profunda divisão dentro do Partido Colorado, no poder desde 1946, pode dar a vitória ao candidato da aliança de oposição, Domingo Laino, apoiado pelo Partido Liberal Radical Autêntico e pelo Encontro Nacional. A eleição ocorrerá em maio próximo.
O racha entre os colorados ocorreu após o general da reserva Lino César Oviedo, inimigo político do atual presidente do Paraguai, Juan Carlos Wasmosy, vencer as prévias internas do partido.
Oviedo, que em 96 fracassou numa tentativa de golpe militar contra Wasmosy, está cumprindo uma prisão disciplinar de 30 dias determinada pelo presidente, em sua condição de comandante das Forças Armadas, por tê-lo chamado de corrupto.

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