São Paulo, sábado, 1 de fevereiro de 1997
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Filme tem trama rocambolesca

JOSÉ GERALDO COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Ed Mort", o filme, conta uma história rocambolesca e não pouco absurda.
Uma bela mulher (Roseane Lima) contrata o detetive Ed Mort (Paulo Betti) para que este procure seu marido desaparecido, o Silva.
No curso das investigações, Mort descobre uma trama sinistra que envolve sequestros de crianças para usá-las como ingredientes na fabricação de salsichas.
Para complicar as coisas, Mort se apaixona por uma personagem-chave, a apresentadora de programa infantil de TV Cibele (Claudia Abreu), que é amante do fabricante de salsichas (Ary Fontoura).
Com roteiro do cineasta Alain Fresnot em parceria com o ator José Carlos Chachá -que dubla a voz do Silva em seus vários disfarces-, o filme custou R$ 1,5 milhão e foi rodado entre outubro e dezembro de 1995, em Campinas e São Paulo.
Seus recursos vieram do Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro (Ministério da Cultura), da Prefeitura de São Paulo, da Riofilme e da iniciativa privada, por meio das leis de incentivos fiscais.
A música do filme foi composta por Arrigo Barnabé. A trilha sonora inclui canções de José Miguel Wisnik, Chico Buarque e Wandi Doratiotto.
Crônicas e tiras O detetive Ed Mort surgiu em crônicas do escritor gaúcho Luís Fernando Veríssimo, reunidas em livro pela primeira vez no início dos anos 80. Depois, com texto de Veríssimo e traço do cartunista Miguel Paiva, o personagem chegou às histórias em quadrinhos.
Depois que Alain Fresnot tinha comprado (em 1991) os direitos de adaptação do personagem, a Rede Globo se interessou em fazer um especial e possivelmente uma série "Ed Mort".
Fresnot ficou numa situação delicada, pois havia dado pelos direitos um adiantamento simbólico (R$ 1 mil) e não tinha condições de filmar a curto prazo. Autorizou o "piloto" da Globo, com Luís Fernando Guimarães como protagonista, mas a série não vingou.
Alain Fresnot fez um acordo inicial com Veríssimo pelo qual pagaria pelos direitos do personagem R$ 20 mil, mais 3% da renda líquida do filme. Num momento de escassez de recursos, propôs uma mudança ao escritor: R$ 10 mil, mais 5% da renda líquida. Veríssimo concordou.
Apesar das mudanças introduzidas no filme, manteve-se a idéia do detetive pé-de-chinelo que imita canhestramente Humphrey Bogart e repete um bordão característico: "Meu nome é Mort. Ed Mort. Está escrito na tabuleta".
(JGC)

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