São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Novato pode chegar ao topo

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Cursar uma escola de belas artes e gostar de desfile de escolas de samba não são garantia de emprego como carnavalesco.
Mas os dois fatores ajudam. Como também é bom ser conhecido dos dirigentes e patronos das escolas.
O carnavalesco é o todo-poderoso das escolas de samba. Ele escolhe o enredo, decide como será contado, como serão as fantasias e carros alegóricos que vão ser mostrados no dia do desfile e influencia na escolha do samba.
Alguns são apaixonados pelo samba e pelas escolas desde a infância, como é o caso de Milton Cunha, da Beija-Flor, e Oswaldo Jardim, da Mangueira.
Outros, como Mário Borrielo, do Salgueiro, e Rosa Magalhães, da Imperatriz Leopoldinense, entraram nas escolas meio por acaso.
Rosa Magalhães, campeã de 1995 e vice no ano passado, é professora aposentada de Belas Artes.
Quando foi, pela primeira vez, trabalhar em uma escola de samba, nunca tinha pisado em uma quadra.
"Eu nem sabia o que era uma porta-bandeira", lembra. Era 1971. Ela desenhou figurinos e adereços e, depois, nunca mais pensou em Carnaval, até que, em 1981, fez a decoração da Marquês de Sapucaí.
No ano seguinte, contratada pelo Império Serrano, foi campeã em seu primeiro ano como carnavalesca.
Hoje, é conhecida por desenvolver enredos de maneira "quadrada", mas que contam claramente a história proposta.
Estilo oposto
Estilo oposto à circunspecta Rosa, o expansivo Milton Cunha deve a um padrinho forte sua escolha como carnavalesco da Beija-Flor, com a árdua tarefa de substituir Joãosinho Trinta.
Depois de trabalhar na produção de shows de Carnaval para turistas, Cunha foi parar na produção do concurso "Garota de Ipanema".
Lá conheceu a atual mulher de Aniz Abrãao David, o Anísio, patrono da Beija-Flor, na qual durante dois anos desfilou como destaque. Soube, então, que a escola procurava um novo carnavalesco.
Sem experiência, inscreveu-se e concorreu com os principais carnavalescos da cidade. Acabou ganhando.
A artista plástica Rosângela da Rosa e o coreógrafo Renato Dias estão há três anos à frente da Acadêmicos do Cubango, do grupo 1B, uma espécie de terceira divisão das escolas de samba.
Casados, eles foram escolhidos por indicação de um amigo da Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo de Acesso.
(FPN)

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